AMAZONIS LAETITIA

Quando os bispos professavam a fé católica e os índios brasileiros manisfestavam seus ritos e expressões culturais. Será isso a “conversão ecológica” proposta por Francisco?

Fonte: Boletim Permanencia

O “Instrumentum Laboris”(‘Rancoris’ seria o termo apropriado) do próximo Sínodo Pan-amazônico publicado este mês pelo Vaticano é mais uma prova da apostasia epidêmica do clero oficial.

A propalada preocupação com o ‘povo de Deus’ que habita a selva amazônica, não esconde o desprezo pela fé e doutrina católicas por seus entusiasmados promotores.

Não perderemos tempo aqui demonstrando todos os erros e abusos presentes no documento. Quantos sites não já o fizeram? Não nos iludimos tampouco com a pretensa diferença entre Francisco e os outros papas desde João XXIII. Diferença de grau, não de espécie: modernistas tout court.

Mas queremos sucintamente salientar dois pontos. Tão somente dois.

Primeiro: o ataque frontal ao sacerdócio.

A irreverência com que propõem admitir o que chamam de viri probati ao sacramento da ordem demonstra uma estratégia de muito conhecida dos estudiosos. Trata-se de admitir uma exceção aplicável a um lugar específico, em uma época específica, e, depois, criar, a partir da exceção, uma casuística e uma jurisprudência que a tornem replicável em outras (quando não, em quaisquer) circunstâncias, locais e épocas.

Tal ignomínia é similar à proposta de admissão à comunhão de divorciados ‘recasados’ pela exortação Amoris Laetitia. Nada mais infame. Primeiro quebraram o vínculo matrimonial depois o celibato clerical, tudo em nome de Laetitia – a “alegria”. Há que se perguntar: de quem?

A pauta ainda tem espaço para o papel da mulher (p.129c). Seria o momento para a criação do diaconato feminino? As coroinhas, acólitas e ministras da eucaristia ganhariam a “ilustre” companhia das diaconisas, seguindo um caminho já traçado pelos hereges (evangélicos e protestantes), para um dia, quem sabe, alcançarem postos mais altos, como sacerdotisas, bispas, etc.

Segundo: abandono do evangelho e substituição pelo paganismo indígena.

Logo no início do documento, em seu parágrafo quarto, já se vislumbra as intenções dos autores. Vejamos:

“O Instrumentum Laboris consta de três partes: a primeira, o ver-escutar, se intitula A voz da Amazônia, e tem a finalidade de apresentar a realidade do território e de seus povos. Na segunda parte, Ecologia integral: o clamor da terra e dos pobres, aborda-se a problemática ecológica e pastoral; e na terceira parte, Igreja profética na Amazônia: desafios e esperanças, a problemática eclesiológica e pastoral.”

O parágrafo nada mais é que um conjunto de palavras vazias que tentam evocar sentimentos confusos em relação à Amazônia, que, por sua vez, “clama por uma resposta concreta e reconciliadora”(p.3).

Seguem-se inúmeras sugestões, absurdas e risíveis – mas nem por isso menos preocupantes – como uma “conversão ecológica”, seja lá o que isso queira dizer… Lê-se também que é preciso “recuperar mitos e atualizar ritos e celebrações comunitárias que contribuam significativamente para o processo de conversão ecológica” (p.104i).

Há parágrafos certamente mais blasfemos que outros. O de número 121 é um monumento: trata da inculturação do evangelho (grifos meus): “É preciso captar aquilo que o Espírito do Senhor ensinou a estes povos ao longo dos séculos: a fé no Deus Pai-Mãe Criador, o sentido de comunhão e a harmonia com a terra, o sentido de solidariedade para com seus companheiros, o projeto do “bem viver”, a sabedoria de civilizações milenárias que os anciãos possuem e que influi sobre a saúde, a convivência, a educação, o cultivo da terra, a relação viva com a natureza e a “Mãe Terra”, a capacidade de resistência e resiliência, em particular das mulheres, os ritos e as expressões religiosas, as relações com os antepassados, a atitude contemplativa e o sentido de gratuidade, de celebração e de festa, e o sentido sagrado do território.”

Não, senhores. O Espírito do Senhor não ensinou a esses povos os sacrifícios humanos, o despudor e a antropofagia, para citar apenas alguns ritos e expressões culturais que praticavam antes da vinda providencial dos católicos europeus de Portugal e Espanha, que trouxeram-lhes a civilização e a Fé.

Quanta insolência… Valha-me, Frei Sardinha! Protegei-nos, Nossa Senhora de Guadalupe!