AS VESTES À LUZ DA BÍBLIA SAGRADA – PARTE 2

Este trecho é continuação da Parte 1

RESPONDENDO A ALGUMAS OBJEÇÕES:

1ª objeção: Vestes é uma questão secundária. O que importa é o coração.

RESPOSTA: Vimos já no primeiro folheto que Deus não pensou assim. Ele mesmo fez questão de cobrir Adão e Eva com túnicas depois que eles pecaram. Confira Gen. III, 21. Depois, na verdade, nós não dizemos que toda aquela que se veste de acordo com a virtude da modéstia tem forçosamente o coração bom e perfeito, e estará isenta de outras faltas. Em outras palavras, nós não queremos dizer que a modéstia seja tudo o que a pessoa deve ser, mas é uma das coisas necessárias para se agradar a Deus e até é uma das coisas pelas quais se pode conhecer a pessoa segundo declara a própria Bíblia no livro do Eclesiástico XIX, 27: “A Veste do corpo, o riso dos dentes e o andar do homem, dão a conhecer o que ele é“. Vimos no primeiro folheto que a modéstia é exigida por Deus na Sagrada Escritura e é com a convicção de coração no sentido de agradar mais a Deus e com empenho de fazer sempre o que está mais de acordo com a Sua vontade, que a pessoa deve se vestir com modéstia. O que importa é o coração reto que procura fazer o que Deus manda.

2ª objeção: Este negócio de vestes é relativo. Hoje, vestes que antes eram proibidas são permitidas e não impressionam mais.

modRESPOSTA: Diz a Bíblia Sagrada: “Os olhos não se fartam de ver“. Confira Eclesiastes, I, 8. É a concupiscência dos olhos de que faz menção o livro do profeta Ezequiel, XXIII, 14-16. Esta concupiscência dos olhos leva a pessoa a procurar ver sempre o pior. Assim, a veste desde que começa a ser menos decente, vai provocando desejos mais perversos. E a sensualidade embora encontrando o que deseja, nunca se satisfaz. Daí, de um lado, se compreende porque o mundo tende sempre a uma maior imodéstia nas modas. E, por outro lado, entende-se porque a Igreja sempre lutou por uma maior modéstia nos trajes. E antigamente exigia-se até mais do que o mínimo para impedir que as vestes fossem piorando sempre mais. E a medida que o progressismo foi dando liberdade, a coisa foi só piorando e vai piorar mais se todos os padres da Igreja não voltarem a combater a imodéstia como a Igreja sempre fez. Dizem que tudo é natural. Mas pelos frutos se conhece a árvore. O que nós estamos vendo é uma sociedade cada vez mais entregue aos pecados da carne. É o desprezo completo pelos mandamentos de Deus, que, no entanto, continuam e continuarão de pé. É o que diz o Salmo 110, 8: “Todos os seus mandamentos (Senhor) são imutáveis, confirmados em todos os séculos, fundamos na verdade e na equidade“.

3ª objeção: Mas é muito difícil seguir estas normas da modéstia. Impondo-as, vai ficar um número muito pequeno na Igreja.

RESPOSTA: Quanto a ser difícil nós não negamos. Jesus mesmo já dissera: “O reino dos céus padece violência e só os violentos é que o arrebatam“. Confira S. Mateus XI, 12. Quanto a ser um número pequeno o daqueles que seguem as normas da modéstia, nós devemos primeiramente observar que: se os padres progressistas, baseados na Sagrada Escritura e na Tradição da Igreja, ensinassem isso (= a modéstia), os fiéis se convenceriam melhor e o número seria maior embora continuasse a ser minoria em relação aos maus. Nosso Senhor Jesus Cristo já disse: “Entrai pela porta estreita porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição e muitos são os que entram por ela. Quão estreita é a porta e apertado o caminho que conduz à vida“. Confira S. João, XIV, 6. Compreende-se que o caminho do céu é estreito quando se pensa naquela palavra de S. Paulo na epístola aos Gálatas, V, 24: “Aqueles que são de Jesus Cristo crucificaram a sua carne com os seus vícios e concupiscências“.

A História Sagrada confirma o que acabamos de dizer sobre o pequeno número: Quando Deus destruiu a humanidade pelo dilúvio só oito pessoas se encontraram fiéis a Deus e se salvaram. O resto se entregou aos pecados da carne. Confira a Bíblia Sagrada: Gênesis, Capítulos VI e VII. Quando Deus destruiu as cidades de Sodoma e Gomorra só quatro pessoas se salvaram porque só elas não tinham se contaminado pela impureza. Leia na Sagrada Escritura o capítulo XIX do livro de Gênesis.

4ª objeção: Mas Deus é pai e não vai exigir tanto sacrifício e nem vai castigar alguém por seguir a moda.

mae-e-filha-estendendo-a-roupaRESPOSTA: Já vimos pela Sagrada Escritura, que Deus condena a moda que não seja conforme a decência. Vimos também na Bíblia Sagrada como Deus castigou várias vezes os homens por causa dos pecados da carne. E S. Pedro diz que estes castigos foram para servir de exemplo aqueles que venham viver também impiamente segundo a imunda concupiscência. Confira 2ª Epístola de S. Pedro, II, 4-10. Vimos igualmente como aqueles que desejarem ser de Jesus Cristo têm que renunciar a si mesmos, aos seus vícios e concupiscências. Conf. Gal. V, 24.

Porque Deus é Pai bondoso e paciente eu não vou ofendê-lo, mas pelo contrário, deve procurar a Sua vontade e segui-la. “Quem me ama, disse Jesus, guarda os meus mandamentos”. “Quem é meu amigo procura fazer o que eu mando“. Confira S. João XIV, 15 e XV, 14.

Os que querem seguir esta mentalidade progressista (= de que Deus é pai e não castiga ninguém e por isso posso fazer o que quero), ouçam o que diz a Bíblia Sagrada em Eclesiástico, V, 2 a 9: “Não te abandones na tua fortaleza, aos maus desejos de teu coração; e não digas: Como sou poderoso! Quem poderá obrigar-me a dar-lhe conta das minhas ações? Porque Deus certamente se vingará deles. Não digas: Eu pequei e que mal me veio daí? Porque o Altíssimo, ainda que paciente, é justiceiro. Não estejas sem temor da ofensa que te foi perdoada, e não amontoes pecados sobre pecados. E não digas: A misericórdia do Senhor é grande, ele se compadecerá da multidão dos meus pecados. Porque a sua misericórdia e a sua ira estão perto uma da outra, e ele olha para os pecadores na sua ira; Não terdes em te converter ao Senhor, e não o difiras de dia para dia porque virá de improviso a sua ira“. Confira também Rom. II, 4: “Ou desprezaste as riquezas da sua bondade e paciência e longanimidade? Ignoras que a bondade de Deus te convida à penitência?“.

vestido125ª objeção: Mas, se a gente não seguir a moda, as pessoas do mundo zombam e chamam a gente de atrasada, cafona, etc.

RESPOSTA: Não podemos ser do mundo porque a Sagrada Escritura diz a todas as classes de pessoas: “Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo“. Confira I, S. João, II, 15. Quanto ao fato de o mundo zombar daqueles que seguem a Jesus, isto sempre existiu. Jesus mesmo disse: Porque não sois do mundo, o mundo vos aborrece. “Aqueles que, querem viver piamente em Jesus Cristo, sofrerão perseguição“. Confira II Tim. III, 12. Já os Apóstolos pela pregação da fé, e os cristãos por permanecerem firmes nesta fé, foram objeto de zombarias e de toda espécie de sofrimentos. Confira Atos, XVII, 32 a 34. Hebreus, XI, 36 a 40, I Pedro IV, 4. Medite, no entanto, o que diz Jesus Cristo em S. Marcos VII, 38: “No meio desta geração adúltera e pecadora, quem se envergonhar de mim e de minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos“.

6ª objeção: Mas a Igreja tem que seguir o progresso; se adaptar aos novos tempos; não pode ficar parada no tempo e no espaço.

RESPOSTA: Esta objeção faz parte da doutrina modernista hoje praticada pelos progressistas mas já condenada anteriormente por São Paio X.

A Igreja deve levar os homens ao progresso no bem. Isto sim. Porque Jesus fez a Igreja para ser o sal da terra e a luz do mundo. Para a religião ser verdadeira e ter firmeza, a quem se deve seguir? A Jesus ou aos homens? É claro que se deve seguir a Jesus. Eis o que diz S. Paulo: “Porventura é aos homens que eu pretendo agradar? Se agradasse ainda aos homens não seria servo de Cristo“. Confira Gal. I, 10. Diz ainda a Sagrada Escritura: “Jesus Cristo é sempre o mesmo, ontem e hoje e o será por todos os séculos. Não vos deixeis levar por doutrinas várias e estranhas“. Confira Hebreus XIII, 8 e 9.

Nossa Senhora revelou a Jacinta, vidente de Fátima: “Vão aparecer modas que ofenderão muito o meu divino Filho“.

Pe. Elcio Murucci