“PERGUNTE-ME QUALQUER COISA”: INSTAGRAM CONTRA A VIRTUDE DA PRUDÊNCIA

149 Perguntas para fazer no Instagram Stories [2024]

“Porque virá tempo em que (muitos) não suportarão a sã doutrina, mas acumularão mestres em volta de si, ao sabor das suas paixões, (levados) pelo prurido de ouvir” (2Tm 4, 3)

Tem se alastrado nos últimos anos um fenômeno inusitado nos meios católicos — inclusive nos meios conservadores e tradicionais —: usuários católicos de redes sociais (especialmente do Instagram) fazem uso de uma ferramenta própria da rede em que se enviam perguntas (de maneira anônima) para um também fiel católico e candidato a “guru” prover respostas públicas (o que pressupõe não só um conselho a um amigo que perguntou, mas um magistério pessoal à disposição de muitos leitores). Na maior parte dos casos, o guru começa se propondo a responder perguntas específicas sobre um assunto ao qual ele acredita dominar, mas não demora muito para que, embebido por sua própria “sabedoria”, ele comece a pontificar sobre qualquer assunto, como por exemplo: 

– namoro: mesmo que não tenha a experiência superior de um padre, diretor de almas, ou a de um fiel casado, que viveu por muitos anos a experiência diária do casamento e do namoro, e talvez venha a ter a graça de estado para dar um conselho particular a um afilhado, o guru das redes sociais se propõe a pontificar sobre o que quer que lhe perguntem sobre o assunto. Há até muitos gurus solteiros(as) prontos a dar conselhos sobre o assunto. Há absurdos bem piores, que não comentamos aqui para não escandalizar o leitor;

vocação: por incrível que pareça, não é raro os ouvintes pedirem conselhos vocacionais (sacerdócio ou matrimônio) e esses(as) gurus responderem provendo alguma “direção”. Há inclusive seminaristas enviando perguntas, conforme podemos deduzir dos enunciados. O que mais se vê aqui são respostas que parecem ter vindo de um despacho do quinto dos infernos. O silêncio que pouparia a alma do incauto seminarista e do soberbo guru passa ao largo; Continuar lendo

A TODAS AS MULHERES…

que em todos os dias do ano se espelham “na Mulher” abaixo e A tem como exemplo de conduta de vida, nossos sinceros votos de crescimento espiritual e santificação.nossa-senhora-do-bom-conselhoAssim, parabenizamos a vocês, mulheres católicas, que no seu dia a dia (todos os dias do ano), como filhas de Nossa Senhora:

  • Buscam incansavelmente sua santificação e a santificação de sua família;
  • Que não se importam com comemorações liberais e pagãs;
  • Não se deixam levar por ideologias feministas, esquerdistas e pela moda reinante;
  • Que não querem essa “liberdade” anti-cristã para si e para suas filhas;
  • Que não querem outro espaço a conquistar que não seja o coração do marido;
  • Que sabem, como católicas, que homens e mulheres não são iguais em direitos e deveres;
  • Que sabem, como solteiras, de seus direitos e deveres para com seu estado;
  • Que sabem, como casadas, que não tem os mesmos direitos e deveres de seus maridos (e conhecem seus direitos e deveres para com o marido);
  • Que sabem, como viúvas, de seus direitos e deveres para com seu estado;

Parabenizamos a vocês, mulheres católicas, que todos os dias, como filhas de Nossa Senhora:

  • São virtuosas;
  • São humildes;
  • São generosas;
  • São amáveis;
  • São fiéis;
  • São exemplo de caridade;
  • São benevolentes;
  • São exemplo de modéstia e pudor;
  • Aceitam santamente o sofrimento;
  • Aceitam com paciência todos os filhos que Deus envia;
  • Se entregam à Providência;
  • Que não colocam os bens materiais acima dos bens espirituais;
  • Sabem o que é o verdadeiro amor cristão para com sua família e ao próximo; 
  • Concedem uma educação sobrenatural a seus filhos;
  • São “o sol” de sua casa, iluminando e irradiando alegria, ternura, carinho e amor cristão aos filhos e ao marido;

woman-veil-churchFaçamos hoje pequenos atos de desagravo ao Coração Imaculado de Maria, ao longo do dia. Façamos uma pequena penitência e ofereçamos à Mãe de Deus, pelos muitos membros do clero e pelos muitos católicos leigos que se atrevem a comemorar este dia que é fruto do liberalismo (o tal “Dia internacional da Mulher”).

Doce coração de Maria, sede nossa salvação.

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Para saber mais sobre a origem do Dia Internacional das Mulheres e o Feminismo, clique aqui

O DIREITO À VIOLÊNCIA

Momento historicamente triste nesta segunda-feira, 4 de março de 2024! A França torna-se o primeiro país a consagrar o direito ao aborto em sua constituição.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Há muito a ser dito sobre esse fato. Deixemos que outros comentem o assunto e reiteremos a profunda aversão que todo católico deve ter ao ato de interromper diretamente uma gravidez. De fato, é uma violência injusta praticar este ato que, para os católicos, leva à excomunhão direta quando realizado.

Como sempre, não devemos ficar paralisados pelo medo que nossos adversários tentam incutir em nossos corações. Devemos encontrar formas de responder àqueles que nos censuram pela nossa recusa categórica em fazê-lo. Comecemos por dizer que o texto aprovado pelo Congresso do Parlamento não fala em si do direito ao aborto, mas da “liberdade garantida às mulheres de recorrer a um aborto”. Isso não impede que os mais “avançados” falem de direito e que, em sua opinião, a cláusula de consciência que permite aos médicos recusarem a realizar abortos terá de ser eliminada um dia.

O que motivou os políticos franceses a legislar nesse sentido foi a revisão americana do direito ao aborto feita pela Suprema Corte americana em 2022. Deve-se observar que tal preocupação revela a inconsciente dependência intelectual (para não dizer política) da democracia americana, por grande parte da classe política francesa, porque o que acontece nos EUA deveria, de certa forma, deixar os franceses indiferentes, sabendo que são oficialmente um país independente onde não existe nenhuma ameaça concreta contra o acesso ao aborto. Mas esse pânico deveria abrir os olhos daqueles que recusam a aceitar esse fato quase óbvio: que o domínio francês estaria, portanto, se protegendo legislativamente contra os desenvolvimentos preocupantes de sua capital imperial, Washington. Continuar lendo

É IMPOSSÍVEL CONCILIAR LIBERALISMO E CATOLICISMO

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Fonte: Sì Sì No No, ano XXXIV, n. 9 – Tradução: Dominus Est

As três soluções para a questão social

A questão social é “difícil e perigosa”, advertiu Leão XIII. De fato, é difícil marcar os limites precisos entre capital e trabalho, e é perigoso porque os homens turbulentos e sem espírito cristão tentam usar essa questão para chocar o mundo com a revolução (socialistas) ou para acumular o máximo possível de bens econômicos, como se o fim do homem fosse o dinheiro (liberais).

A Igreja, por meio de seu Magistério divinamente assistido, nos oferece a solução correta: a solução cristã do bom senso e do direito natural. Enquanto a solução liberal exagera os direitos do sujeito (individualismo), direitos que para o liberalismo são um absoluto, especialmente os direitos do sujeito mais forte em detrimento do mais fraco; e a solução social-comunista exagera os direitos da coletividade (coletivismo) e, portanto, dos “trabalhadores” em detrimento do empregador; a solução cristã, por outro lado, concilia os direitos e deveres do indivíduo e do capital com os direitos e deveres da coletividade e do trabalho, evitando os extremos unívocos das duas soluções anteriores.

Conforme fica evidente, a Igreja não fica do lado dos pobres ou dos ricos, mas defende os direitos e condena os abusos de ambos.

A solução cristã

A solução cristã leva em consideração todas as causas que deram origem à questão social, ou seja, tanto as causas religiosas e morais quanto as causas políticas, sociais e econômicas. Continuar lendo

PROGRESSISMO E CONSERVADORISMO: HISTÓRIA DA DISSOLUÇÃO DO HOMEM NO MUNDO E NA IGREJA NOS ÚLTIMOS 100 ANOS

O politicamente correto, esse desconhecido

Fonte: Sì Sì No No, ano XXXV, n. 14 – Tradução: Dominus Est

Esquema introdutório

• Antonio Gramsci (1891-1937) trabalhou na expansão do pensamento revolucionário da década de 1920 até o final da década de 1930. Seu estudo tinha como objetivo fazer com que a filosofia do materialismo dialético marxista fosse aceita intelectualmente por meio de manipulação mental (“entrismo”) e não pela força. Gramsci queria uma “revolução cultural”, ou seja, adquirir a hegemonia, o consenso e a direção da sociedade civil-cultural europeia (penetrando na escola, na imprensa, nas publicações, no judiciário e na mídia de massa). Só então se poderia pensar em ocupar o poder, o governo e o domínio do Estado. Gramsci é o progenitor de todas as correntes revolucionárias (Escola de Frankfurt, Estruturalismo francês) que tentarão, depois dele, trabalhar a revolta dentro do homem individual e não apenas na sociedade.

• Um autor que buscará revolucionar a Europa também religiosamente (e não só culturalmente como Gramsci) é Ernst Bloch (1885-1977), filósofo alemão de origem judaica, que na década de 1960 trabalhou para converter os católicos à dialética social-comunista por meio do diálogo, opondo à religião tradicional ou dogmática (tese) uma religião progressista (antítese), a fim de alcançar um messianismo terreno e imanentista ou “socialismo-cristão” (síntese). Infelizmente, sua estratégia foi bem-sucedida com o Concílio Vaticano II, que se propôs a dialogar com o mundo sem mais querer convertê-lo.

• Dos anos 1920-1930 até os anos 1960, a “Escola de Frankfurt” (Adorno-Marcuse), por meio de drogas, psicanálise, pansexualismo, moda e música pop, tentou revolucionar e aniquilar (a partir da Alemanha e dos EUA) o próprio homem nos aspectos mais profundos de sua alma e personalidade[1] (inclinações, intelecto e vontade) e não mais apenas a sociedade cultural (Gramsci) ou religiosa (Bloch). Continuar lendo

FIDUCIA SUPPLICANS – CONFERÊNCIA DO SUPERIOR DA FSSPX

Conferência de D. Davide Pagliarani, Superior Geral da Fraternidade São Pio. no XVII Congresso Teológico do Courrier de Rome, em Paris, 13 de janeiro de 2024.

FIDUCIA SUPPLICANS: A IGREJA SINODAL À ESCUTA DO MUNDO, PORÉM SURDA À PALAVRA DE DEUS

Fonte: FSSPX

Cabe a nós apresentar uma síntese, e expressar a posição da Fraternidade diante de todas as realidades que vêm sendo promovidas pela “Igreja sinodal”.

Tentemos, antes de mais, pôr em ordem esses diferentes elementos, em particular no que diz respeito ao recente documento, Fiducia Supplicans, que já fez correr rios de tinta. É preciso situarmos corretamente esse acontecimento. Por que se chegou a tal ponto, e que é que isso significa? O papel da Fraternidade não se pode limitar a uma reação imediata, instintiva: devemos aprofundar tanto quanto possível nossa compreensão do que está em jogo nesse texto. Se faltar profundidade à nossa análise, correremos o risco de incorrer nas falhas dos que querem reduzir a questão de Fiducia Supplicans a uma excentricidade pessoal do papa Francisco, cuja extravagância não se chega a entender.

Já outras reações a Fiducia supplicans reduzem a questão das bênçãos a uma mera questão de oportunidade: a iniciativa seria inoportuna em certos contextos culturais, sobretudo na África. A realidade, porém, é um pouco mais complexa… Todas essas reações são bem-vindas, são positivas na medida em que manifestam ainda certa capacidade de reação; porém a Fraternidade tem a obrigação de ir mais fundo. Tratemos, pois, de dar um passo atrás, saindo do círculo da agitação midiática.

I – Um pontificado que atende às expectativas do mundo moderno

Fiducia Supplicans não é, em sentido estrito, um ato sinodal, mas um ato produzido pelo Dicastério para a Doutrina da Fé e assinado pelo próprio papa. Trata-se, contudo, de um documento que corresponde àquilo que mais de uma vez vinha sendo ventilado, quando da preparação do sínodo. Pode-se, portanto, afirmar que constitui uma resposta a uma expectativa atual e sinodal.

Essa “Igreja sinodal”, que estamos tentando definir, é uma Igreja que escuta todos os homens: as periferias, a base, todo o mundo, no sentido mais amplo do termo… Uma Igreja que escuta “o mundo” enquanto tal. Ou seja, uma Igreja que dá mostras de uma nova sensibilidade e uma vontade nova de ir ao encontro do mundo.

Sem dúvida, o pontificado atual atende, cada vez mais perfeitamente, às expectativas e exigências do mundo contemporâneo, e, mais precisamente, do mundo “político”, no sentido profundo do termo. Com efeito, de um lado, esse pontificado corresponde a uma visão política hoje predominante em todo o globo, de outro, busca também adaptar-se aos métodos de uma política desejosa de criar uma nova organização social e que, força é reconhecê-lo, em grande medida já triunfou. Cabe aqui a pergunta: por que a presença de representantes da Igreja é tão importante nessa reorganização do mundo? Continuar lendo

EUA – OS IMPACTOS POSITIVOS DAS LEIS PRÓ-VIDA

Enquanto o debate sobre o aborto se intensifica nos Estados Unidos, a menos de um ano das eleições presidenciais de novembro de 2024, chegando até mesmo a dividir os Republicanos, um estudo publicado em novembro de 2023 tende a mostrar um aumento de nascimentos em estados que proibiram interrupção voluntária da gravidez (aborto) após decisão do Supremo Tribunal Federal em junho de 2022.

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

Esse estudo está causando um alvoroço nos EUA, já que o debate sobre o aborto tem se intensificado desde que a Suprema Corte do país derrubou o caso Roe vs Wadeem em 2022, decisão essa que abriu o caminho para a legalização do aborto no país em 1973.

De acordo com dados coletados pelos Centros de Controlo de Doenças (CDC) e publicados em novembro passado, “durante os primeiros seis meses de 2023, os nascimentos aumentaram, em média, 2,3% nos estados que impuseram a proibição total do aborto, em comparação com aqueles em que o aborto é legal, o que representa em média 32 mil nascimentos.

Para Michael News, pesquisador associado do Charlotte Lozier Institute – o braço de pesquisa da SBA Pro-Life America – a conclusão da pesquisa do CDC, encomendada pelo IZA Institute of Labor Economics, demonstra mais uma vez que “a legislação pró-vida, onde ela existe, leva a um aumento no número de nascimentos. Continuar lendo

O MUNDO CAMINHA PARA A SUA RUÍNA. O QUE DEVEMOS FAZER?

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

É inegável que os tempos atuais são, no mínimo, conturbados. A desordem está nas ruas e também na mente das pessoas. Somos civilmente convidados a viver em conformidade com uma ideia precisa de homem e de história sobre a qual devemos construir a sociedade de hoje e a de amanhã. Os critérios de beleza já não são mais aqueles que podiam ser admirados nas construções do passado. A verdade, hoje, já não deve mais continuar a pretender transcender as opiniões individuais e basear-se em regras de bom senso (senso comum). E a bondade não é mais um código moral cuja quintessência foi resumida nos Dez Mandamentos. Esses três critérios já não se aplicam mais à vida social e estão desaparecendo da vida privada. Nos nossos tempos, eles não devem mais orientar os cidadãos em sua busca por uma conduta que esteja de acordo com a natureza da qual Deus é o autor e, menos ainda, dispor de uma busca pela vida sobrenatural da qual Jesus Cristo é modelo e fonte. 

“Diante dos nossos olhos, a vida das sociedades lutam contra Deus”

A vida social está organizada de modo que nem o belo, nem o verdadeiro e nem o bom existam mais. O wokismo, o comunitarismo, o feminismo e o anti-especismo desempenham um papel fundamental nisso, com uma grande publicidade por trás. O passado é apagado e a história reescrita. A nossa sociedade vive, deliberadamente, mudanças radicais e muito rápidas. Não há mais heróis para nos inspirar e nem modelos aos quais se referir. Voluntariamente, nossa vida cívica foi reduzida a um grande empreendimento econômico que beneficia os ricos e empobrece os pobres. Ela deixou de ter uma dimensão política verdadeira, orientada para o desejo virtuoso de um bem comum. Não está mais fundamentada na permanência de princípios duradouros. Consiste em um movimento. Os homens sucedem-se, sem apego, como atores de uma vasta fábrica de produtos virtuais. 

Diante dos nossos olhos e apesar de nós mesmos, a vida cívica luta contra Deus, que é fonte e fim dos seres. Submeter a religião ao regime econômico que a governa é simplesmente promover um secularismo combativo e totalitário. Continuar lendo

A EXALTAÇÃO DO ECUMENISMO CONCILIAR NOS DOCUMENTOS MAÇÔNICOS E A REVOLUÇÃO NA IGREJA

A exultação nos documentos maçónicos pelo ecumenismo conciliar e a revolução na Igreja: degustações.

Temos o prazer de oferecer aos leitores este importante trecho do  Golpe na Igreja. Documentos e crônicas sobre a subversão: das primeiras maquinações ao Papado de transição, do Grupo do Reno ao presente  (de D. Andrea Mancinella, prefácio de D. Curzio Nitoglia, posfácio de Aldo Maria Valli).

Fonte: Radio Spada – Tradução: Dominus Est

[…] Os católicos viram […] uma rendição total e incondicional da sua Hierarquia depois de três séculos de corajosas lutas, condenações e excomunhões sacrossantas, lançadas precisamente contra os proponentes desse liberalismo, desse ecumenismo e dessa ideia distorcida de democracia da qual a Maçonaria internacional sempre defendeu, e que agora aceitou traiçoeiramente no último Concílio: isto é, contra os proponentes da  pax œcumenica , a  paz mundial  do Anticristo, que não serve para nada senão para relativizar a Igreja, e depois o próprio Cristo, no amálgama da futura Nova Ordem Mundial . Um objetivo que é manifestado cada vez mais abertamente pela cúpula oculta que manipulam os povos e as nações.

Um fracasso, no entanto, que é mais que suficiente para explicar por que o Grão-Mestre do Grande Oriente Maçônico da Itália foi capaz de escrever em louvor ao falecido Papa Paulo VI: “Para nós, é a morte daquele que derrubou a condenação (da Maçonaria) de Clemente XII e seus sucessores. Ou seja, é a primeira vez na história da Maçonaria moderna, que morre o líder da maior religião ocidental que não está em um estado de hostilidade com os maçons. […] Pela primeira vez na história, os maçons podem prestar homenagem no túmulo de um Papa, sem ambiguidade ou contradição”(1). Continuar lendo

O ABORTO FOI RESPONSÁVEL POR MAIS DA METADE DE TODAS AS MORTES NO MUNDO EM 2022

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

De acordo com as estatísticas compiladas pelo Worldometer, o número de abortos em todo o mundo em 2022 foi superior a 73 milhões, tornando-se a principal causa de morte – 52% de um total de 140 milhões de mortes – e, assim, ultrapassou todas as outras causas somadas.

A Worldometer é uma organização independente que coleta e publica dados recebidos de governos e diversas organizações, e faz estimativas e projeções com base nesses números.

Nos Estados Unidos, estima-se que ocorram entre 1.500 e 2.500 abortos todos os dias. Quase 20% de todas as gestações nos EUA – excluindo abortos espontâneos – terminam em aborto.

Para o ano de 2020, o Instituto Guttmacher relatou 930.160 abortos induzidos nos Estados Unidos, com uma taxa de 14,4 por 1.000 mulheres, relata o Worldometer. Continuar lendo

FIDUCIA SUPPLICANS E A “BÊNÇÃO PASTORAL”

A Igreja deve evitar basear sua prática pastoral na rigidez de certos padrões doutrinários ou disciplinares”.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

1. Essa passagem do número 25 da recentíssima Declaração Fiducia supplicans é apenas uma repetição do princípio fundamental já afirmado pelo Papa Francisco na Exortação pós-sinodal Amoris laetitia. Esse princípio encontra sua justificação no número 8 da referida Declaração, que por sua vez se refere ao número 12 do Novo Ritualpromulgado por João Paulo II em 1985. “As Bênçãos”,diz o documento, “podem ser consideradas como um dos sacramentais mais difundidos e em constante evolução. Eles nos ajudam a compreender a presença de Deus em todos os acontecimentos da vida e nos recordam que, mesmo no uso das coisas criadas, o ser humano é convidado a buscar a Deus, a amá-Lo e a servi-Lo fielmente”. As bênçãos estão “em constante evolução”. Por quê? Porque o seu objetivo é “nos fazer compreender e recordar”… Fazer compreender e recordar: as bênçãos são, portanto, apenas uma linguagem, puros sinais, operando simplesmente com o fim de aumentar a conscientização? Se for esse o caso, é lógico que as bênçãos se adaptam, como qualquer linguagem, à mentalidade daqueles a quem são dirigidas. Porque o essencial, em qualquer trabalho pastoral, é fazer-se compreender. Tudo o mais decorre disso.

2. Em primeiro lugar, para abençoar, segundo o documento, basta ouvir as diversas pessoas “que vêm espontaneamente pedir uma bênção” (n.º 21). Este pedido, por si só, expressa a necessidade “da presença salvífica de Deus em sua história”(nº. 20). Pedir uma bênção é reconhecer a Igreja “como sacramento de salvação” (ibidem), “admitir que a vida eclesial brota das entranhas da misericórdia de Deus e nos ajuda a avançar, a viver melhor, a responder à vontade do Senhor” (ibidem). Em suma, o pedido expressa convicções, mas o que mais? Expressa um desejo de cura, uma resolução eficaz? Ela expressa desejo de uma conversão? O número 21 simplesmente menciona, por parte daqueles que pedem a bênção, “uma abertura sincera à transcendência, a confiança de seu que não depende apenas das suas próprias forças, sua necessidade de Deus e do seu desejo de escapar à estreiteza desse mundo fechado sobre si mesmo.” E sair do pecado? Aparentemente, esse não é o caso aqui. O que não surpreende, já que a bênção é uma escuta, porque, como toda escuta, ela não precisa se preocupar com resoluções efetivas. Ela vem em um momento de esperança e expectativa.
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FIDUCIA SUPPLICANS, PELO PE. CARLOS MESTRE, FSSPX

Sermão proferido pelo Revmo. Pe. Carlos Mestre, no Priorado S. Pio X de Lisboa, na Vigília de Natal como um comentário à publicação do Vaticano do documento Fiducia Supplicans.

O Comunicado do Superior Geral da FSSPX, Pe. Davide Pagliarani, sobre o assunto e citado pelo Pe. Carlos Mestre no sermão, pode ser lido clicando aqui.

A DOUTRINA SOCIAL E A PRÁTICA CARITATIVA DA IGREJA CONTRA A USURA

Fonte: Sì Sì No No, ano XLI, n. 18 – Tradução: Dominus Est

Os Montepios (Monti di Pietà) nasceram como locais ou entes públicos com o objetivo de “emprestar dinheiro em troca de um penhor […] para combater a usura e ajudar as classes menos favorecidas. […] A fundação do Montepio foi uma inovação muito importante do ponto de vista social, que surgiu por volta do século XV […] e beneficiou aqueles que não tinham garantias sólidas para oferecer e teriam sido obrigados a recorrer a agiotas” (Enciclopedia Cattolica, Cidade do Vaticano, 1952, vol. VIII, col. 1378 e 1380, verbete Monti di Pietà) ou aos bancos, que emprestam com base em juros legalmente estabelecidos, mas moralmente injustos (cerca de 30-35%[1]) e, portanto, são na realidade agiotas legalizados[2].

Os franciscanos reformados do século XV (o Beato Bernardino de Feltre, S. Tiago das Marcas, S. Bernardino de Siena) conceberam e implementaram o primeiro Montepio para fins caritativos, concedendo assistência aos necessitados de forma quase gratuita. Eles também eram chamados de Montes Christi ou Deposita Apostolorum para distingui-los dos bancos com fins lucrativos[3].

O primeiro Montepio nasceu na Úmbria, em Perugia, pelo Padre Michele Càrcano em 1462, e posteriormente outros foram abertos em Orvieto em 1463, na Toscana, na Romagna, no norte da Itália e depois em toda a Itália. Continuar lendo

COMUNICADO DO SUPERIOR GERAL DA FSSPX

“Quem me ama observa -e faz observar- meus mandamentos.”

A declaração Fiducia supplians do prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, acerca da questão das bênçãos para “casais irregulares e parceiros do mesmo sexo”, deixa-nos consternados. Ainda mais porque esse documento foi assinado pelo Papa.

Embora tente evitar qualquer confusão entre a bênção de tais uniões ilegítimas e a do matrimônio entre um homem e uma mulher, essa declaração não evita nem confusão, nem escândalo: não apenas ensina que um ministro da Igreja pode invocar a bênção de Deus sobre uniões pecaminosas; mas invocando-a confirma, de fato, essas situações de pecado.

A invocação expressa em tal “bênção” consistiria simplesmente em pedir para essas pessoas, em um ambiente não litúrgico, que “tudo o que é verdadeiro, bom e humanamente válido em suas vidas e relações seja investido, curado e elevado pela presença do Espírito Santo”.

Contudo, fazer com que pessoas que vivem em uma união fundamentalmente viciosa acreditem que ela possa ser, ao mesmo tempo, positiva e que tenha valores é o pior tipo de engano — e a mais grave falta de caridade para com estas almas desorientadas. É errado imaginar que haja algo de bom em uma situação de pecado público, é erro afirmar que Deus pode abençoar os pares que vivem nessa situação. Continuar lendo

CEMITÉRIO DE FETOS NO VIETNÃ: ABORTO COMO MEIO DE CONTRACEPÇÃO E SELEÇÃO DO SEXO DA CRIANÇA

Vietnam cimetière de foetus

Muitas comunidades católicas vietnamitas mantêm cemitérios chamados “jardins dos anjos” para o enterro digno de crianças não nascidas.

Fonte: Medias Presse Info – Tradução: Dominus Est

Poucos países no mundo realizam tantos abortos como no Vietnã. Em um cemitério de fetos, eles são enterrados para o repouso final. Quase todos são meninas.

O maior cemitério de fetos do mundo está localizado no norte do Vietnã, nos arredores de Hanói, em Soc Son: é o cemitério Doi Coc.

Neste país comunista, interromper uma gravidez nunca foi um tabu.

De acordo com estatísticas governamentais, 500.000 abortos são realizados todos os anos para 2,4 milhões de gestações: um horror institucionalizado em grande escala!

Como não existe uma monitorização sistemática, pode haver mais meio milhão de abortos não contabilizados pelas estatísticas oficiais. Isto elevaria os números para um milhão de abortos, tornando essa a taxa a mais elevada do mundo, segundo a ONG Alan Guttmacher Institute.

Por sua vez, a Associação Nacional de Planeamento Familiar (VINAFPA) estima entre 1,2 e 1,6 milhões de abortos por anop num país que tem cerca de 98 milhões de habitantes. Para efeito de comparação, 104.000 casos foram notificados na Alemanha no ano passado. Continuar lendo

ANTES DA PACHAMAMA: MAGIA, RITOS VODU E AQUELA ESTRANHA VIAGEM DE JOÃO PAULO II

Antes da Pachamama era: magia, ritos de vodu e aquela estranha viagem de João Paulo II.

Temos o prazer de oferecer aos leitores este importante trecho do  Golpe na Igreja. Documentos e crônicas sobre a subversão: das primeiras maquinações ao Papado de transição, do Grupo do Reno ao presente  (D. Andrea Mancinella, prefácio de D. Curzio Nitoglia, posfácio de Aldo Maria Valli).

Fonte: Radio Spada – Tradução: Dominus Est

[…] 4 de fevereiro de 1993: João Paulo II, durante a sua visita ao Benin (África), encontra-se com feiticeiros Vodu e, entre outras coisas, diz-lhes: “A Igreja […] deseja estabelecer relações positivas e construtivas com grupos humanos de diferentes crenças com vistas ao enriquecimento mútuo. O Concílio Vaticano II […] reconheceu que, nas diferentes tradições religiosas, há verdade e bem, sementes do Verbo […]”. “É legítimo agradecer aos ancestrais (do rito vodu) que transmitiram o sentido do sagrado, a fé em um Deus único e bom, o gosto pela celebração, a estima pela vida moral e a harmonia na sociedade” (1).

João Paulo II cumprimentando dois feiticeiros vodu

Desta vez, deixamos o comentário ao  Corriere della Sera, o jornal milanês ultra-laicista: “Confirmando sua disposição de dialogar, precisamente sem exclusões, João Paulo II se encontrará com sacerdotes e sacerdotisas do culto Vodu , os misteriosos adoradores do bezerro de ouro e da serpente Damballa, por ocasião da sua 10ª viagem à África. O programa, publicado ontem, anuncia um encontro em Cotonou, Benin, com os adoradores deste antigo culto, que se expressa por meio de sacrifícios de animais, manifestações de magia branca e negra, danças selvagens propiciatórias de bruxas e feiticeiros. Do Benin, do outro lado do oceano, o culto  do vodu  se enraizou especialmente no Haiti, onde se dança a erótica banda […]. Se tiverem que oferecer presentes, os sacerdotes  vodu  oferecem objetos anti-mau olhado, às vezes embaraçosos, para serem expostos na porta das casas. Os mercados de bruxas de Cotonou estão cheios delas. De acordo com muitos ocidentais,  os feitiços  e contra-feitiços vodu são muito eficazes. O Pontífice permanecerá no Benin de 3 a 5 de fevereiro”(2). […]

(1)  Doc. Cath. 21 de março de 1993; cfr OR , 6 de fevereiro de 1993; et: https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/it/speeches/1993/february/documents/hf_jp-ii_spe_19930204_vodu-cotonou.html

(2)  Corriere della Sera , 17 de janeiro de 1993, p. 15.

BOLETIM DO PRIORADO PADRE ANCHIETA (SÃO PAULO/SP) E MENSAGEM DO PRIOR – DEZEMBRO/23

Aborto: o que é, fatores de risco, tipos - Biologia Net

Já há séculos que duas cidades entraram em conflito: a cidade de Deus e a cidade de Satanás; a cidade do Bem e a cidade do Mal; uma é a cidade da vida, a outra é a da morte. A luta é terrível, mas sabemos que a cidade de Deus triunfará no final. Nesse meio tempo, vitórias e derrotas se alternam em ambos os lados. E nossa época vive sob o jugo dos inimigos de Deus. Quando recua o reino de Deus, também recua o reino da caridade; ambos são idênticos. O reinado da força bruta está se impondo, e não é bom ser fraco. A cultura da morte que está se espalhando ataca os mais fracos. As crianças, os doentes e os idosos sempre foram objeto da proteção maternal da Igreja. Sem ela, eles estão abandonados aos carrascos. O aborto e a eutanásia são os dogmas do mundo sem Deus. Eles deixam pouca chance de sobrevivência.

Em um artigo de setembro, a Anistia Internacional (uma ONG que promove a defesa dos ditos direitos humanos e faz campanha especificamente para a abolição de todas as leis contra o aborto) publicou a seguinte manchete: “O Brasil pode ser o próximo país a dar um passo à frente na garantia do direito ao aborto”. Na cidade de Satanás, a morte é um progresso e o aborto é um direito; aqueles que se opõem a ele são “atores anti-direitos”. Para os discípulos do Príncipe das Trevas, os direitos humanos tomam o lugar dos direitos de Deus. Para nós, prevalece a lei de Deus: “Não matarás”. Esse preceito se aplica naturalmente aos inocentes. Deus nunca proibiu a autodefesa, seja ela pessoal ou pública (guerra e pena de morte). O essencial é exercê-la com justiça e prudência. O inocente pode até ser sacrificado indiretamente. Um piloto de guerra pode destruir uma ponte mesmo que haja pessoas inocentes nela. Uma mulher grávida pode salvar sua vida tomando um medicamento que terá o efeito colateral de matar seu filho. Esses casos específicos são autorizados somente se o efeito principal for bom, se o efeito ruim for secundário e indireto, e não for a intenção principal da pessoa que o causou. Por outro lado, matar diretamente uma pessoa inocente é sempre gravemente ilícito. Por exemplo, não se pode matar diretamente uma criança para salvar sua mãe. Se pode optar por salvar um ou outro. Nenhum dos dois pode ser morto diretamente. Continuar lendo

O DEVER DE DESOBEDECER AOS HOMENS PARA OBEDECER A DEUS

JÁ OUVIU FALAR EM "JOELHOFOBIA"?

Fonte: Permanencia

Um leitor nos escreve:

Prezado Diretor,

Faço questão de participar-lhe do alívio e da satisfação que senti ao ler o Si Si No No de fevereiro de 2003 [edição italiana], especialmente o artigo ‘Autoridade e verdade. Noite ao meio dia?’ [que está sendo publicado neste número da edição brasileira]. Realmente, a brilhante argumentação referente à autoridade papal, que não é absoluta e está limitada pelo direito divino e, portanto, nem sempre obriga à obediência, confirmou-me, mais uma vez, que têm razão de sobra os que decidem continuar pertencendo à Igreja de sempre, isto é, à Igreja da Tradição Apostólica.

Suas demonstrações e provas, dedicadas à refutação dos neomodernistas e “conciliaristas” (que hoje estão soltos pelo mundo e como que possessos por uma sanha diabólica), baseiam-se num plano profundo da moral e da doutrina que nos enche de certeza e esperança quanto ao futuro da Igreja e também à salvação de nossas almas.

Mas, caro diretor, eis aqui a razão de minha carta: há pouco tempo deparei-me com um texto que transcrevo brevemente e que me causou uma pequena “crise” […]. Trata-se de um livro sobre os grandes santos italianos […] em que Santa Catarina de Sena, a grande santa do século XIV, padroeira da Itália, dirige-se a Sire Bernabó Visconti, senhor de Milão, um dos mais perigosos inimigos do papado (1373): “Pecamos diariamente, e por isso necessitamos diariamente de receber o perdão de nossos pecados, mas só a Igreja administra este sacramento, por ser a única depositária do sangue do Cordeiro. Então, quão néscio é quem se afasta do Vigário de Cristo, guardião das chaves do céu! Mesmo que fosse o diabo encarnado, o senhor não deveria rebelar-se contra ele, e sim, humilhar-se sempre e pedir o sangue [do Cordeiro] por misericórdia. De outro modo não poderia obtê-lo nem participar de seus frutos. Rogo-vos, pelo amor de Cristo crucificado, que nunca façais nada contra vosso Chefe […]. Dai-vos conta de que só o demônio pode vos ter tentado a fazer justiça em relação aos maus pastores da Igreja. Não creiais no demônio; o castigo dos prelados não é vossa incumbência; não o consente nosso Salvador, que não quer que Vós nem criatura alguma faça tal justiça, pois é ele próprio quem deseja realizá-la […]”.

Mais tarde […], em 1375, a República de Florença rebelou-se abertamente contra a autoridade do Papado; Catarina trovejou e fulminou seus anátemas contra os reitores do Povoado de Sena: Continuar lendo

AUTORIDADE, O VERDADEIRO DESAFIO DO SÍNODO – PARTE 2

Para o modernismo do Vaticano II, a autoridade vem de baixo e não mais de cima: essa gravíssima inversão da doutrina tradicional explica as atuais oscilações pontifícias entre o autoritarismo face à tradição e a capitulação às exigências libertárias.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Ele os ensinava como quem tem autoridade. e não como os escribas” (Mc 1, 22).

A autoridade vem de Deus: a autoridade tomada como tal e, portanto, toda autoridade. São Paulo o diz (Rm 13, 1), mas a reta razão já reconhece isso em seu nível. Portanto, toda autoridade “vem do alto”, porque é a expressão particularizada do governo de Deus, que se utiliza de intermediários humanos para conduzir suas criaturas à felicidade eterna do céu, e para conduzi-las até lá de maneira adequada à sua natureza de seres humanos, isto é, com toda a inteligência e com toda a liberdade. É dessa forma que o mundo, tendo saído de Deus, que o criou e preserva, retorna a Deus, que o atrai e chama. Com efeito, é Deus, o Fim Último e Supremo, que todas as criaturas buscam, cada uma segundo o modo adequado à sua natureza. Os homens tendem a fazê-lo com inteligência e da liberdade. E se vários homens estão envidando juntos em direção a esse mesmo Fim, precisam que suas inteligências e as suas liberdades sejam auxiliadas por uma autoridade, cujo papel é unificar e ordenar os seus esforços, com pleno conhecimento de causa. A autoridade é, portanto, a ajuda e a assistência dadas por Deus aos homens, uma inteligência suficientemente elevada para discernir o verdadeiro bem comum a todos, acima do bem particular de cada indivíduo. E é também a ajuda e a assistência de uma inteligência dotada de todo o poder para tomar as decisões necessárias para aquisição e preservação desse bem comum.

2. A autoridade, portanto, só pode ser concebida em relação a um bem comum e a um fim, porque a autoridade é definida como a ajuda e a assistência de que a liberdade humana necessita para obter este bem e alcançar este fim, segundo a sua modalidade própria, que é a de uma ação comum. Na Igreja a autoridade dos Bispos e a do Papa não tem outro sentido senão em relação à salvação eterna, cuja primeira condição é a preservação e transmissão do depósito da fé, uma vez que a fé é o princípio da salvação. Continuar lendo

AUTORIDADE, O VERDADEIRO DESAFIO DO SÍNODO – PARTE 1

O recente episódio da destituição de Sua Excelência Mons. Joseph E. Strickland, Bispo nos EUA, pelo Papa Francisco, revela-nos o que realmente está em jogo no Sínodo, na qual um relatório resumido acaba de ser publicado no dia 28 de outubro: o desafio é uma adequada compreensão do que deve ser a autoridade na Igreja.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

O que sairá desse último Sínodo? Será necessário aguardar pela Exortação Pós-Sinodal que o Papa publicará para podermos realmente responder a esta pergunta. Com efeito, o atual Sínodo de 2023, cujo relatório resumido acaba de ser publicado no sábado, 28 de outubro, ainda não está concluído, pois deverá ser realizado em duas sessões. Assim, esse relatório apresenta apenas reflexões e propostas tendo em vista a segunda sessão, que será realizada no outono de 2024. O Papa é sempre livre para publicar o que quiser nesse intervalo, mas o fato é que, por enquanto, não podemos entrar em mais detalhes.

Parece-nos, no entanto, que o que realmente está em jogo no Sínodo acaba de nos ser esclarecido por um episódio recente: a destituição, pelo Papa Francisco, de Sua Excelência Mons. Joseph E. Strickland, Bispo de Tyler, no Estado de Texas, nos EUA. O desafio é o entendimento correto do que deve ser a autoridade na Igreja.

A palavra “autoridade” vem do verbo latino “augere”, que significa aumentar. De acordo com a etimologia, a autoridade designa a função daquele que deve dar aumento (crescimento) aos que governa. Aumento da liberdade. Tornar os outros cada vez mais livres é o ato fundamental e radical que define a autoridade como tal. E essa liberdade, cuja promoção a autoridade deve promover, é aquela que os membros de uma sociedade devem exercer cada vez melhor, uns com os outros e por meio dos outros, agindo de acordo com as exigências da reta razão iluminada pela fé, a fim de alcançar a perfeição à qual Deus os chama. Perfeição inscrita no bem comum, que é a razão de ser da vida em sociedade e da qual a autoridade é responsável. Continuar lendo

CANADÁ: POSSÍVEL LEGALIZAÇÃO DO SUICÍDIO ASSISTIDO PARA VICIADOS EM DROGAS

De acordo com o Daily Mail, uma mudança na legislação do país sobre o suporte médico à morte está planejada para março de 2024. Prevê-se que pacientes que sofrem de problemas de saúde mental, incluindo dependência de drogas, possam solicitar o suicídio assistido.

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

Nos próximos meses, uma Comissão Parlamentar especial analisará a medida antes da sua implementação, após divergências de opinião entre os partidos políticos do Canadá. Mais de 10.000 canadenses foram submetidos à eutanásia em 2021, 10 vezes mais do que em 2016, ano da legalização. Alguns eram pessoas que viviam na pobreza e desejavam morrer.

O procedimento para Solicitação de Morte Assistida (SMA) começa com o download de um formulário online. O solicitante responde a uma série de perguntas e assina, juntamente com testemunhas. Em seguida, um médico telefona e vai até a residência. Caso o pedido seja aprovado por dois médicos diferentes, a pessoa deverá aguardar 90 dias, após os quais um médico poderá administrar a droga letal por injeção.

Atualmente, pessoas que sofrem apenas de doenças mentais, como depressão e transtornos de personalidade, não são elegíveis para o suicídio assistido.

Uma estrutura para avaliar pessoas com transtornos relacionada ao uso de substâncias para a SMA está sendo discutida em uma conferência científica esta semana. O programa do workshop pretende ensinar os participantes e profissionais de saúde a “diferenciar entre suicídio e um desejo fundamentado de morrer”. Continuar lendo

ESPANHA: MAIS DE 1 EM CADA 5 BEBÊS FOI ABORTADO EM 2022

Órgãos públicos de SC divulgam cartilha pró-aborto

Os números do aborto na Espanha em 2022 acabam de ser publicados pelo Ministério da Saúde. Em 2022, 428.208 bebês deveriam ter nascido na Espanha, mas apenas 329.892 chegaram a rir e chorar, e os outros 88.269 concebidos foram abortados.

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

Ou seja, 23% das crianças concebidas foram abortadas ou, em outras palavras, mais de uma criança em cada cinco não nasceu porque a mãe e a sociedade consentiram. Não só houve menos nascimentos em 2022 do que em 2021, como também ocorreram mais abortos.

Os dados mostram que:

  • 91,23% dos abortos ocorreram a pedido da mulher. Um aumento percentual em relação ao ano anterior; 
  • 5,66% porque a saúde e a vida da gestante corriam “grave perigo”, embora nenhum procedimento médico exija a morte de um bebê; 
  • 2,8% para risco de anomalia grave no feto
  • 0,31% devido a doenças extremamente graves e incuráveis.

Em 12 províncias, nenhum aborto foi realizado devido à recusa dos médicos. Os médicos que se recusam a matar crianças em gestação são alvos da nova lei do aborto. Essa lei foi aprovada não apenas pelos socialistas e comunistas, mas também pelo Partido Popular. Continuar lendo

A RELIGIÃO DOS MODERNISTAS PÓS-CONCILIARES – CARACTERÍSTICAS

Fonte: Corsia dei Servi – Tradução: Gederson Falcometa

Muitas declarações e ações da hierarquia católica que se sucedem a um ritmo cada vez maior são cada vez menos explicáveis como desvios marginais da reta doutrina.

Parece mais a emersão de uma versão humanitária da nossa Santa Religião, a qual gradualmente, com os aplausos dos teólogos e dos operadores da comunicação, conquistou o centro da cena, a ponto de ser pregada abertamente como a doutrina atual da Igreja.

As ideias vetoriais do modernismo inoculadas no catolicismo na sequência da revolução joanina atuaram nestes anos conciliares, provocando uma transmutação alquímica do catolicismo, de uma religião revelada tendo por finalidade a salvação das almas para um humanismo filantrópico que apoia o poder mundano.

Nesta versão diluída do cristianismo ad usum delphini dois aspectos se destacam principalmente, o historicismo e o naturalismo.

Historicismo

Com o historicismo se abandona as categorias verdadeiro-falso e bom-mau a favor de uma concepção evolucionista em que cada expressão e ação deve ser julgada de acordo com o momento histórico em que aconteceu: o verdadeiro e o bom são prisioneiros do tempo. Continuar lendo

FRANCISCO FALA DE SEU SUCESSOR: JOÃO XXIV. E TALVEZ POSSAMOS DIZER ALGO SOBRE

Bergoglio parla del suo successore: Giovanni XXIV. E forse possiamo dirvi qualcosa.

Em seu voo de retorno da Mongólia, o Papa Francisco deixou claro que, se não puder ir ao Vietnã durante a sua próxima viagem internacional, o seu sucessor, João XXIV, poderá ir em seu lugar (literalmente).

Fonte: Radio Spada – Tradução: Dominus Est

Talvez possamos contar mais sobre essa figura e a era que ele inaugurará.

João XXIV será italiano e de ideias controversas. Ele terá um pontificado curto. Estará aberto ao mundo moderno e pronto para liderar uma igreja de misericórdia . Ele convocará um novo Concílio que será concluído por seu sucessor. Nele e com ele triunfarão os erros condenados pela Igreja: ecumenismo indiferentista, colegialidade-sinodalismo, liberalismo religioso, liturgia protestantizada. 

Será impressionante porque estes miasmas anticatólicos serão aceitos por muitos fiéis, embora já tenham sido definitivamente condenados na: Auctorem Fidei, Mirari Vos, Qui Pluribus, Sillabo, Libertas, Pascendi, Notre Charge Apostolique, Quas Primas, Mortalium Animos, Humani Generis , e em muitos outros documentos papais. Continuar lendo

MARX SERIA CONSERVADOR HOJE?

Camiseta Tio Karl Marx | VandalFonte: Ricognizioni – Tradução: Gederson Falcometa

Um fantasma assombra o dourado mundo progressista: a suspeita de que Marx hoje não se daria bem com a atual esquerda político-cultural “fúcsia”, do Partido Democrata de marca Schlein ao espanhol Sànchez até mesmo as brigadas woke americanas e aos autodenominados Social justice Warriors da extrema-esquerda financiados por bilionários. Há anos a tese é tematizada na França, sobretudo por Jean Paul Michéa, que se define como socialista, mas não “de esquerda”. Agora a desconfiança ecoa nas considerações de uma pensadora suíça, Elena Louisa Lange. Um artigo no semanário alemão Die Weltwoche causou sensação. “Vale a pena perguntar o que Marx, um lutador contra a censura prussiana, pensaria da cultura do cancelamento da esquerda hoje, o que Marx pensaria dos Verdes alemães, cuja política é baseada em um novo coletivismo centrado no vírus ou na mudança climática.” E em um belicismo desatinado, representado pela ministra Annalena Baerbock, que contradiz décadas de pacifismo de arco-íris.

A Lange identifica o momento decisivo da esquerda ocidental na contracultura nascida na década de 1960 e na Escola de Frankfurt. Os frankfurtianos partiram do pensamento de Marx, mas para revira-lo como a uma meia, até perderem o interesse pelo elemento básico, a abolição da propriedade privada como elemento fundamental da libertação da humanidade. O próprio internacionalismo era íntimo deles: optaram por um cosmopolitismo abstrato, cuja saída paradoxal era o subjetivismo mais exaltado, ponto de encontro com o liberalismo. Herbert Marcuse, figura chave daqueles anos, Max Horkheimer e Theodor W. Adorno, embora fortemente marcados pelo marxismo clássico, nunca se interessaram “pela emancipação social das classes trabalhadoras. Adorno e companhia, influenciados pela experiência de Auschwitz, substituíram a luta de classes pela política de identidade judaica, Marcuse viu o sujeito revolucionário nos danados da Terra (Frantz Fanon), no Terceiro Mundo, nas mulheres, nos negros e nos homossexuais.”

Não concordamos com o julgamento relativo a Adorno e Horkheimer: os dois certamente foram influenciados pela raiz judaica – comum a todos os frankfurtianos – mas seu alvo polêmico era sobretudo a sociedade autoritária – símbolo de uma espécie de eterno fascismo (A personalidade autoritária ) e a cultura de massa (Dialética do Iluminismo), que detestavam em nome de um intelectualismo elitista. A falta de interesse pelo destino do proletariado e seus problemas concretos é evidente. Na verdade, eles acreditavam que a classe trabalhadora não era nada revolucionária, mas sim interessada em melhorar sua condição econômica e social, portanto conservadora. Continuar lendo

DO NOVO SUPREMACISMO AO TRANSCOMUNISMO

La Cappa eBook de Marcello Veneziani - EPUB Livro | Rakuten Kobo Brasil

Extraído do livro La Cappa, de Marcelo Veneziani – Tradução de Gederson Falcometa

Deixemos a arte e a literatura e voltemos ao mundo atual que se pretende corrigir. O que leva as pessoas dotadas de razão, algumas das vezes eruditas, a se tornarem intolerantes, teimosas, incivilizadas, rudes; qual é o dispositivo mental, a mácula, que gera preconceitos e legitima novas obtusidades? O primeiro vício decorre da rejeição da realidade em prol da representação ideológica e moralista: mascarar a realidade para esconder, corrigir, padronizar, negar as diversidades, a dura verdade. Se algo não agrada ou contrasta com o esquema, as conotações são alteradas. Moralismo corretivo.

O segundo é inverter a causa e o efeito. Denunciar a repressão mas esquecer a violência ou o abuso a que reage; aliás, inverte a sequência, a violência reage à repressão, é um protesto contra ela.

O terceiro é usar o caso para quebrar a regra. Se houver um abuso na família ou se um policial cometer um crime, inicia o processo a família ou as forças de ordem, se invocam leis especiais contra eles, se deslegitimizam. Mas um em cada cem casos de abuso mostra que a regra geral vale para todos os outros. Perde-se o senso das proporções entre a realidade e as suas degenerações, destroem-se as instituições e derrubam-se as regras em nome da exceção para refazer a norma. Continuar lendo

OFICIAL DO FBI QUE SUPERVISIONOU A VIGILÂNCIA DE CATÓLICOS TRADICIONALISTAS NOS EUA DEPÕE PERANTE O CONGRESSO

L'agent du FBI supervisant la surveillance des catholiques traditionalistes

Estados Unidos – O agente especial responsável pelo escritório local do FBI em Richmond, Virgínia, testemunhou perante o Comitê Judiciário do Congresso, mas o conteúdo de sua entrevista ainda não foi divulgado. Foi este agente do FBI que supervisionou a vigilância dos católicos tradicionalistas nos Estados Unidos.

Fonte: Medias Presse Info – Tradução: Dominus Est

Seu nome é Stanley Meador e ele falou ao comitê do Congresso “por várias horas em uma reunião a portas fechadas”, segundo duas fontes próximas ao caso, informou o Washington Examiner na quinta-feira. Antes de ser nomeado Agente especial encarregado do escritório local de Richmond pelo diretor do FBI, Christopher Wray, Stanley Meador atuou como Chefe de Gabinete do vice-diretor da sede do FBI em Washington. Ele é, portanto, uma figura importante no organograma do FBI.

Em uma carta enviada ao Comitê em 28 de abril, o FBI observou que Meador estava envolvido na gestão das “consequências” do relatório, que incluíam sua “remoção” e uma reunião com líderes católicos locais sobre o assunto. Continuar lendo

EUGENIA: SELECIONANDO OS EMBRIÕES INTELECTUALMENTE MELHORES?

É possível selecionar embriões com capacidade cognitiva ou intelectiva potencialmente maior? De qualquer forma, é isso que os biólogos estão propondo, o que já é grave em si só. Mas o que é ainda mais grave é que a população mostra-se amplamente favorável, e revela o quão profundamente a mentalidade eugênica penetrou na consciência das pessoas.

Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, em janeiro de 2022, revela que a maioria dos americanos não levanta nenhuma objeção moral a uma possível seleção embrionária realizada como resultado de um teste poligênico.

O biólogo Bertrand Jordan explica que uma pontuação poligênica é calculada “pela soma dos alelos de risco detectados no perfil genético da pessoa, sendo atribuído a cada um dos termos um coeficiente que reflete a força de sua associação com a doença e, por conseguinte, a intensidade do risco associado a ela“. Continuar lendo

O CRISTIANISMO QUE NÃO MORRERÁ

Gustavo Corção: o Olavo de Carvalho (sem os palavrões) dos anos 1960

Gustavo Corção

As reflexões que no artigo de quinta-feira andamos fazendo, despertadas pela releitura de uma página de Chesterton, levam-nos à conclusão de que haverá arrefecimento do cristianismo todas as vezes que os homens se afligirem, se envergonharem ou se cansarem de o sentir tão incôngruo em relação ao curso da história, e daí tirarem a intenção de afeiçoá-lo àquele andamento.

A crise de nossos dias, a mais ampla e profunda de toda a história da Igreja, começou por um propósito de aggiornamento. O cristianismo estava envelhecido, a Igreja esclerosada, e o bravo mundo moderno passou a interessar-se prodigiosamente por sua renovação. Reformas… reformas… reformas… O pastor anglicano John Robinson, que andou por aqui a fazer conferências, escreveu um volume inteiro para explicar que hoje, na era espacial, não é possível ter a mesma idéia de Deus “fora de nós” tida e mantida pelos antigos. Eis o que diz na tradução portuguesa esse tipo bem representativo de nossa época: “Enquanto não tinham sido explorados, ou era possível explorar (por meio de radiotelescópios, se não com foguetões) os últimos recantos do Cosmos, ainda se podia localizar Deus mentalmente nalguma terra incógnita. Mas agora parece não haver lugar para Ele, não apenas na estalagem, mas em parte alguma do universo: é que já não há lugares vazios.”

É difícil, em tão poucas linhas, dizer mais densa coleção de asneiras sobre a presença de Deus que, para esse notável anglicano, ao que se vê, sempre esteve no limbo das primeiras imagens infantis. O reverendo (que o Prof. Cândido Mendes Almeida importou quando por aqui é abundantíssimo o similar nacional), fascinado por leituras de vulgarizações, e esquecido da presença de Deus em todas as coisas como causa primeira, e como sustentador de todas as existências, pensa que o homem já explorou todos os recantos do universo! Continuar lendo