CHINA RECOMPENSA DENÚNCIA DE ATIVIDADES CRISTÃ “ILEGAIS”

Um sistema de recompensa foi estabelecido em Heilongjiang, uma província no nordeste da China, para relatar “crimes” ligados à prática religiosa. Cada denúncia por telefone, email ou carta pode ser recompensada com um valor de até 130 euros.

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

Desde o início de agosto, no distrito de Meilisi Daur, cidade de Qiqiharna província de Heilongjiang ao nordeste do país, o “sistema de recompensa para denúncias de crimes relacionados a atividades religiosas ilegais” está em vigor.

De acordo com o China Christian Daily, cada denunciante pode receber uma recompensa variável de até 1000 yuans (cerca de US$ 150). O objetivo declarado é reprimir as “atividades religiosas ilegais”.

Este novo regulamento se soma ao estabelecimento de um “big brother” na prática da fé, às multas impostas aos Bispos pela celebração de Missas e destruição de igrejas, para citar apenas alguns casos recentes.

Mas os promotores querem tranquilizar: este reforço do controle “das atividades religiosas ilegais no distrito” pretende evitar “possíveis aglomerados de Covid-19.” Estamos tranquilos.

Além disso, as “atividades ilegais” são igualmente visadas, com o objetivo de “garantir um panorama religioso harmonioso e estável”. O que torna o pretexto ainda mais bonito. Agora, o Partido Comunista Chinês (PCC) se preocupa com a harmonia e estabilidade do “panorama religioso”.

É claro que, desde o coronavírus até a necessidade de estabilidade, todos os pretextos são bons para atacar a livre prática da religião, principalmente no que diz respeito aos cristãos. Porque, para o PCC, a estabilidade da religião coincide com seu desaparecimento.

A nova lei também afeta aqueles que colocam material religioso fora dos locais de culto, incentivam doações “não autorizadas” de bens ou dinheiro, ou distribuem materiais impressos e publicações.

As denúncias podem ser feitas por telefone, e-mail ou carta escrita e podem ser anônimas. Esse sistema já é utilizado em outras partes da China, como no distrito de Boshan em Shandong, e acaba afetando principalmente as chamadas igrejas domésticas.

Essas “igrejas domésticas” são igrejas não registradas e, de certa forma, clandestinas na China. Eles incluem muitas igrejas evangélicas – há uma estimativa de 35 milhões de protestantes clandestinos – e 37% de católicos chineses, ou 3,3 milhões de fiéis.

O sistema de denúncia está profundamente enraizado nos genes do comunismo e é encontrado em todos os países onde esteve em uma posição de força. Dessa forma, causou estragos na URSS, China, Cuba, Coréia do Norte e Vietnã.

Hoje, é particularmente facilitado por meios eletrônicos de vigilância populacional. Continua abjeto, como sempre, e um meio eficaz de se livrar dos inimigos, grandes ou pequenos, nas ditaduras comunistas.