CONSELHOS PRÁTICOS PARA CARREGARMOS NOSSA CRUZ

Fonte: FSSPX México – Tradução: Dominus Est

Perguntava São Francisco de Sales: “Sabeis do que os anjos nos invejam? É que nós podemos sofrer por Deus; eles nunca sofreram e nem sofrerão por Ele“. Todos temos que carregar nossa cruz se quisermos chegar ao céu. Aprendamos a carregá-la com amor incansável e fé, obtendo ao longo do caminho as maiores graças e méritos possíveis.

Três maneiras de carregar a cruz

O divino mestre, querendo dar a conhecer a Santa Verônica de Juliani as almas que Lhe eram mais amadas, lhe mostrou uma multidão de pessoas que levavam a cruz  em suas mãos. Logo, estas se ordenaram e a Santa pôde ver que entre as mãos se distinguiam algumas cruzes grandes e outras pequenas. As almas as carregavam de maneiras diferentes: as primeiras que tinham uma grande cruz a carregavam nas mãos, significando que não apenas tinham prazer em carregá-la, mas também convidavam outras almas com alegria e entusiasmo para que caminhassem em posse delas. As segundas tinham sua cruz abraçada como um objeto muito precioso e amado. As terceiras carregavam-na sobre os ombros e parecia que a cruz caía no chão devido ao seu peso.

Nosso Senhor revelou à Santa que aqueles que lideravam a procissão eram os sacerdotes: carregavam sua cruz nas mãos para significar que se esforçam muito para dar a conhecer aos homens o valor e o preço da cruz. As segundas eram muitas religiosas de diferentes ordens e alguns leigos que abraçaram a cruz com muito amor, indicando que se compraziam em sofrer, e o Senhor as consolavam e as bendiziam. As terceiras eram muitas almas que carregavam a cruz com tanto cansaço que mal podiam dar um passo. Nosso Senhor deixou a entender à Santa Verônica que essas últimas também eram Suas, mas que carregavam a cruz com tanta tristeza porque não eram nada valentes nem esforçadas, e porque ainda não haviam saboreado as alegrias do sofrimento. 

É preciso carregar a cruz e não arrastá-la

Quem são os que arrastam a cruz? São os que reclamam quando alguma tribulação os visita, na qual, muitas vezes, Deus manda pelo seu maior bem. Essas pobres almas não podem sofrer sem queixarem-se e sua impaciência é tal que se tornam insuportáveis a si mesmo e aos outros. Também arrastam a cruz os que fazem todo o possível para escapar das tribulações e dos sofrimentos que Deus lhes envia.

Não devemos contar o número de cruzes

Quem quer carregar sua cruz como se deve, não deve considerar se pesa muito ou pouco, mas deve manter os olhos fixos no Modelo Divino. Não percamos nosso tempo em destingi-las e contá-las, pois nosso Senhor já pesou tudo. Ele nos lustra como uma pedra que o trabalhador deseja colocar em um belo edifício. Há momentos em que o amor exige que a alma se prive de tudo, que aparte de seu espírito, de seu corpo e de seu coração todo o gozo; mas em outros momentos quer que a alma receba tudo de suas mãos, alegrias e cruzes, submetendo-se à vontade da Divina Providência.

A alma verdadeiramente paciente esconde seus sofrimentos

Apliquemo-nos a assemelhar-se à Virgem Maria em sua generosidade, em sua resignação e em sua paciência. Ela nunca reclamou de nada. Não reclamemos das dores que Deus nos envia e O glorificaremos mais se não deixarmos transparecer nada do que sofremos.

A alma paciente não pensa mais em si mesma

Tudo em nós deve ser digno, começando por expulsar nosso “eu” para que Deus possa reinar com suas virtudes e suas graças em nossas almas. Nosso Senhor disse à Santa, depois da Comunhão: “Já não quero que te ocupes de ti mesma. Quero que te esqueças totalmente. Só deves ter um pensamento: Deus e as almas. Já não te ocupes de sua saúde pois Eu me encarregarei.” Deixe-me fazer o que Eu quero; dai-me tudo o que peço e não te preocupes em tomar precauções razoáveis. Deves ser uma cera macia em minhas mãos. Não quero tampouco que busques consolo, nem mesmo os deseje; Eu te darei quando me parecer melhor “

Bendizendo a Deus na prova obtemos inestimáveis méritos

Um dia, Nosso Senhor mostrou a Santa Verônica uma cruz que tinha na mão e estava adornada com magníficas pedras preciosas: “Veja“, disse Ele, “os atos de resignação que fizestes. Veja como são lindos!” E em outra ocasião: “Quero que em todas as tempestades e perseguições que tenhas que sofrer, sempre me bendiga e me agradeça dizendo:” Meu Deus, te bendigo e te agradeço agora e sempre. “

Meditemos e coloquemos em prática esses meios acompanhando o paciente Jesus.