DISPARAM OS NÚMEROS DE EUTANASIAS NA BÉLGICA

Os números oficiais da eutanásia declarados na Bélgica para 2021 acabam de ser publicados e são significativamente superiores aos do ano anterior. Estas estatísticas são preocupantes, quando se estima que entre 25 a 35% dos suicídios assistidos não são declarados.

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

A vida parece ter um preço cada vez menor nos Países Baixos, se acreditarmos nos números publicados em 31 de março de 2022 pela Comissão Federal de Controle e Avaliação da Eutanásia (CFCEE), que recenseia – há alguns anos – o número de suicídios assistidos legalmente declarados.

Assim, em 2021, 2.699 pessoas que cumpriram os critérios estabelecidos pelo legislador puderam ser ajudadas a pôr fim às respectivas vidas: um aumento de 10,39% em relação ao ano anterior, quando foram registradas 2.445 eutanásias.

Os cientistas acreditam que estes números devem ser aumentados de 25 a 35% se levar em conta as eutanásias não declaradas, que ainda são muito numerosas.

O relatório do CFCEE fornece informações valiosas, particularmente sobre a idade das pessoas que recorreram à eutanásia: assim, 67,8% tinham mais de 70 anos e 40,2% tinham mais de 80 anos.

Note-se que cerca de um terço (32,2%) das pessoas que, oficialmente, morreram por eutanásia tinham menos de 60 anos, porém mais de 40 anos, já que o suicídio assistido entre os menores de 40 anos ainda é raro: 1,4%.

A população da comunidade flamenga é mais susceptível a cometer suicídio do que a população da Valônia, já que 74,3% dos pedidos de eutanásia são escritos em holandês, contra 25,7% em francês, uma proporção que permanece estável em relação a 2020.

Em 2021, as condições originárias da eutanásia foram os cânceres (62,8%), polipatologias, ou a combinação de várias condições que não são susceptíveis de melhora e que causam deficiências e incapacidades cada vez mais graves, incluindo a falência de órgãos, a uma taxa de 17,7%.

Em seguida vêm as doenças do sistema nervoso (7,9%), sistema circulatório (3,7%), sistema respiratório (2,3%), transtornos psiquiátricos (0,9%), distúrbios cognitivos (1%) e doenças do aparelho digestivo (0,9%) e, finalmente, lesões traumáticas, envenenamentos e algumas outras consequências de causas externas (0,9%). As demais categorias juntas representam 1,9% das condições.

Embora o ano de 2020 tenha sido marcado por uma queda sem precedentes no número de casos – devido ao contexto sanitário – esse parêntese parece ter sido fechado com a retomada do constante aumento da eutanásia: a morte com luvas brancas acionou o turbo nas bordas do Mosa e do Escalda.