ENTRE OS SANTOS DE DEUS

rezaQuem percorre a vida dos santos encontra verdadeiras glórias da vida doméstica e conjugal. Ora a mulher, ora o marido, ora ambos são santos.

… Sueva, mais tarde conhecida por Santa Serafina, teve um marido infame. Maltratava-a, ostensivamente gabava-se de ter amante, e por fim tocou a esposa para fora de casa. Nossa santa apegou-se com Deus e do seu sofrimento fez uma ascensão ao céu. – Realmente, há muitos casamentos infelizes e não é pouco viver amarrado pelos laços matrimoniais a um homem que em vez de ser auxílio é tormento para sua consorte.

Só um dia a infeliz esposa padeceu mais com o marido, do que num ano inteiro por causa de outras pessoas.

Há esposas que logo falam em divórcio, correm atrás de desquites, etc. Sueva mostrou o melhor meio: apegar-se a Deus e à religião. Em Deus há força e consolo. E quantas vezes o sofrimento da esposa converte o marido!

Dois casais mártires: Nicander e Daria, Marciano e esposa. O procedimento da duas mulheres foi tão diferente, leitora, que logo te pões a censurar a mulher de Marciano.

Quando Daria viu o marido levado ao martírio, animou-o e por fim morreu junto com ele, selando a sua fé cristã com o sangue do mártir. Mas a mulher de Marciano seguiu o marido, chorando e pedindo que dela se compadecesse. Segurou-o para não ir avante, mostrou-lhe o filhinho.

Mulher, disse o mártir, estás com o demônio no corpo para me afastares do mártirio e do dever?

Que diferença, leitora! Quem teve verdadeiro amor ao marido, Daria ou a sua colega?

No casamento o amor é como a pessoa que ama. É a esposa uma cristã às direitas? Então seu amor é também cristão. Não faz do marido um ídolo, mas acima dele ama a Deus. No marido ama primeiramente a alma e os interesses e destinos dela.

A mulher sem esse espírito ama o marido apaixonadamente. Mas lhe ama antes o corpo do que a alma. Crê no marido mais do que em Deus, cuida de seu corpo e larga-lhe a alma… Se ele adoece, vai atrás do médico, de comidas especiais, de remédios, etc. Mas não procura os sacramentos para a alma. Se ele morre, lamenta-se, blasfema contra Deus, mas não socorre a alma do falecido!

Paganismo, leitora!

Tomaz Morus, chanceler inglês e mártir canonizado, censurou sua esposa porque tentava demovê-lo da morte heróica. Lembrou-lhe que uns vinte anos de vida feliz no lar nem de longe compensavam uma eternidade sem penas.

Numa palavra, leitora, tua missão é simples: convidar o marido a subir, ampará-lo, forçá-lo até. Subir para perto de Deus no cumprimento do dever, custe o que custar. Subir para se unir mais a Deus pela prática da religião integral, pela vida piedosa.

As três chamas do lar – Pe. Geraldo Pires de Souza