FRANCISCO: EUCARISTIA PARA LUTERANOS?

screen_shot_2015-11-15_at_7.35.20_pmFonte: SSPX USA – Tradução: Dominus Est

No domingo, 15 de novembro de 2015, o Papa Francisco visitou a Igreja Evangélica Luterana de Roma, onde participou de uma sessão Q & A (Perguntas e Respostas). No final da visita, Francisco ofereceu um cálice para os luteranos.

Aqui estão alguns trechos da recente visita do Santo Padre à comunidade luterana de Roma. Papa Francisco disse que católicos e luteranos devem procurar o perdão pelas perseguições passadas. No final de uma oração conjunta, ele disse: “Basta pensar nas perseguições, entre nós que temos o mesmo batismo. Pense em todas as pessoas que foram queimadas vivas … Temos que pedir perdão um ao outro por isso, pelo escândalo da divisão“.

O papa respondeu perguntas da congregação. Em particular, uma mulher Luterana casada com um católico italiano falou. Ela expressou sua dor em não ser capaz de receber a Comunhão: “A dor que sentimos juntos devido a uma diferença na fé” e questionou o papa sobre a possibilidade “de finalmente participarem juntos da comunhão“.

Na frente de três cardeais (Walter Kasper, Kurt Koch e Agostino Vallini) e da multidão de participantes, em sua maioria Suiços/Alemães, o papa deixou a resposta na consciência da mulher.

O papa começou com uma piada: “A questão sobre a partilha da Ceia do Senhor não é fácil para mim responder, sobretudo na frente de um teólogo como o Cardeal Kasper – Estou com medo!”

Em seguida, ele passou a explicar por que ela não podia, dando o fundamento doutrinário desta proibição. Ao contrário, no entanto, ele insistiu em uma realidade prática diferente, que ele alegou ser a mesma:

É verdade que, em certo sentido, compartilhar significa que não há diferenças entre nós, que temos a mesma doutrina – ressaltando essa palavra, uma palavra difícil de compreender. Mas eu me pergunto: mas não temos o mesmo Baptismo? Se temos o mesmo Batismo, não deveríamos estar caminhando juntos?

Quando você se sente uma pecadora – e eu sou muito mais que um pecador – quando seu marido sente que ele pecou: ​​você vai diante do Senhor e pede perdão, seu marido faz o mesmo e também vai ao padre e pede a absolvição … Quando você ensina seus filhos sobre quem é Jesus? Por que Jesus veio? O que Jesus faz por nós?… vocês estão fazendo a mesma coisa, quer na linguagem Luterana quer na católica, mas é o mesmo.

A questão … A ceia? Há perguntas que somente se alguém é sincero consigo mesmo e tem uma pequena luz teológica, pode responder por conta própria. Veja por si mesmo…

É um problema que cada um deve responder [para si] …

Um pastor-amigo me disse uma vez que: “Acreditamos que o Senhor está presente lá, ele está presente’- você acredita que o Senhor está presente. E qual é a diferença? Há explicações, interpretações, mas a vida é maior do que explicações e interpretações. Sempre refira-se ao seu batismo – uma só fé, um só batismo, um só Senhor …

Eu nunca me atreveria dar permissão para fazer isso, porque não é de minha competência. Um só batismo, um só Senhor, uma só fé. Fale com o Senhor e, em então, vá adiante. [Pausa] E eu não me atreveria – Não me atrevo a dizer nada mais”.

O movimento luterano, é claro, nasceu da rebelião de Martinho Lutero, que pregou suas 95 teses criticando a doutrina católica na porta de uma igreja em Wittenberg, Alemanha, em 1517. O Papa Leão X, em 1520, condenou as idéias de Lutero como “herética, escandalosa, falsa, ofensiva aos ouvidos pios e sedutora de mentes simples (ingênuas), e contra a fé Católica.”

A “reforma” que se seguiu com a revolução de Lutero dividiu a Igreja e desencadeou guerras entre protestantes e católicos.

O diálogo teológico entre Roma e luteranos começou no final de 1960 após o Concílio Vaticano II. Em outubro de 1999 a “Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação” foi assinada pelo cardeal australiano Cassidy na qualidade de Presidente do Pontifício Conselho do Vaticano para a Promoção da Unidade dos Cristãos. O documento erroneamente afirmou que católicos e luteranos tinham agora encontrado um acordo comum sobre detalhes doutrinários envolvidos na conversão e salvação.

Como os 500 anos da Reforma alemã está se aproximando, a USCCB (Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos) e a Igreja Evangélica Luterana da América emitiram recentemente uma declaração conjunta (Declaração a Caminho), para se prepararem para este evento.