O OTIMISMO OBRIGATÓRIO: UM NOVO DOGMA DESDE O VATICANO II

conciliar

Desde o Concílio, parece que os cristãos têm a obrigação de dizer que tudo está bem, sob pena de serem excluídos da comunidade.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Otimista ou pessimista, somos assim por temperamento. Minha mãe, que tinha um estômago bom, era muito otimista. Meu pai, que não tinha uma boa digestão a parodiava dizendo: “Se um de seus filhos quebra uma perna, ótimo, ele poderia ter quebrado as duas!” Mas meu pai e minha mãe eram, ambos, bons cristãos. A Igreja canonizou santos otimistas e santos muito pessimistas. Davi, ainda hoje, sem dúvida, inclina-se do alto do céu com seu Senhor para ver se ainda há um único homem que busca a Deus e constata em seu Salmo 13 que “todos juntos corromperam-se. Não há quem faça o bem.” É um pessimista. Santo Agostinho considera quase toda a raça humana como sendo condenada quando fala da Massa Damnata. Ele também é um santo pessimista.

Mas agora, desde a Gaudium et Spes, parece que os cristãos têm a obrigação de dizer, sob pena de serem excluídos da comunidade, que tudo está bem e que todos os homens se tornarão bons. É necessário, como disse o La Croix ao celebrar o 20 º aniversário do Concílio, “ignorar os profetas da desgraça”. Jeremias e suas lamentações, os cataclismos anunciados por Cristo não fariam mais parte da Bíblia. O verdadeiro Pai da Igreja agora é Jean-Jacques Rousseau, para quem a natureza humana não tem pecado original, mas apenas fraquezas (pecados veniais).

Portanto, se alguém diz que a catequese atual é deficitária, anathema sit (que seja anátema). Fora daqui, não queremos isso na Igreja conciliar!!! Se alguém disser que faltam seminaristas e que isso é extremamente lamentável, anathema sit. Ele deve dizer que é uma oportunidade, ou ele é um herege. Se alguém disser que a prática religiosa e a moralidade estão em declínio e não se vê como tudo isso é positivo, anathema sit. Ele será torturado até que confesse e declare com os conciliares que as coisas que estão dando errado são coisas que estão melhorando. Este é o novo dogma promulgado pela Igreja conciliar.

Esse otimismo nada tem a ver com a esperança cristã, uma virtude teologal, pois se baseia no mito de uma evolução sempre positiva do homem, a última geração dos primatas. Enquanto a esperança, a alegre esperança cristã, repousa em Deus e em suas promessas que não podem enganar.

Pe. Philippe Sulmont, novembro de 1982.