PADRE PIO E AS ALMAS DO PURGATÓRIO

Pio

Na vida do Padre Pio, as manifestações de almas do purgatório eram bastante frequentes. Abaixo encontram-se relatos de dois desses surpreendentes encontros.

Fonte:  Le Sainte-Anne n ° 337 – Tradução: Dominus Est

Um morador de rua

Em maio de 1922, estava Padre Pio em seu convento numa noite de inverno, após uma forte nevasca, sentado junto à lareira do salão comunitário, absorto em suas orações, quando um homem idoso, vestindo um casaco antiquado, mas ainda usado pelos camponeses do sul da Itália (na época), sentou-se ao seu lado. Deste homem, Padre Pio declarou: “Eu não conseguia imaginar como ele pôde ter adentrado no convento àquela hora da noite, porque todas as portas estavam fechadas. Eu perguntei a ele: “Quem sois vós? O que o quereis? “

O velho respondeu: “Padre Pio, sou Pietro Di Mauro, filho de Nicola Precoco.” E prosseguiu dizendo: “Morri neste convento em 18 de setembro de 1908, na cela número 4, quando ainda era um hospício. Uma noite, enquanto estava na cama, adormeci com um charuto aceso, que incendiou o colchão e acabei morrendo sufocado e queimado. Ainda estou no purgatório e preciso de uma Santa Missa para ser libertado. Deus me permitiu vir até vós e pedir ajuda”.

Depois de ouvi-lo, Padre Pio respondeu-lhe: “Esteja certo que amanhã rezarei a Missa pela vossa libertação.” Padre Pio se levantou e acompanhou o homem até a porta do convento. Ele percebeu então que a porta estava fechada e trancada: ele a abriu e se despediu dele. A lua iluminava a praça, coberta de neve. Padre Pio teve uma sensação de medo quando o homem desapareceu sem deixar vestígios na neve. Ele fechou a porta e voltou ao salão comunitário, onde explicou a seus confrades o que acabara de acontecer com ele.

Alguns dias depois, Padre Pio também contou a história ao Pe. Paolino, e ambos decidiram ir à prefeitura, onde consultaram os registros civis do ano de 1908 e descobriram que em 18 de setembro daquele ano, um certo Pietro Di Mauro havia, de fato, morrido de queimaduras e asfixia no quarto número 4 do convento, então usado como abrigo para moradores de rua.

Um irmão sacristão

Padre Pio contou essa história ao Pe. Anastasio: “Uma noite, quando eu estava sozinho no coro para rezar, ouvi o barulho de um hábito e vi um jovem monge se mexer perto do altar-mor. Parecia que o jovem monge estava espanando os candelabros e endireitando os vasos de flores. Pensei que fosse o Pe. Leone a rearranjar o altar e, como era hora da janta, fui vê-lo e disse-lhe: “Padre Leone, vá jantar, não é hora de tirar o pó e arrumar o altar”. Mas uma voz, que não era a do Padre Leone, me respondeu: “Eu não sou o Padre Leone”. “E quem sois vós?, perguntei a ele.

Sou um dos seus irmãos que fez o noviciado aqui. Recebi ordens para limpar o altar durante o ano do noviciado. Infelizmente, várias vezes não fiz a genuflexão perante Jesus ao passar pelo altar, mostrando assim uma falta de respeito pelo Santíssimo Sacramento guardado no tabernáculo. Por causa dessa grave negligência, ainda estou no purgatório. Porém, Deus, com sua infinita bondade, me enviou aqui para que possais acelerar o tempo em que irei gozar o Paraíso. Tenhais compaixão de mim.” Acreditando ser generoso para com esta alma sofredora, exclamei: “Amanhã de manhã estareis no céu, quando eu rezar a Santa Missa”. Essa alma gritou: “Como sois cruel! Então ele chorou e desapareceu. Essa queixa produziu uma ferida em meu coração que senti e sentirei pelo resto da minha vida. De fato, eu poderia ter enviado imediatamente aquela alma para o Céu, mas condenei-a a permanecer mais uma noite nas chamas do Purgatório.”

Pe. Thierry Gaudray, FSSPX