RATZINGER NÃO PODIA “VENDER NEM COMPRAR”

Da coluna de Maurizio Blondet | Tradução: Gercione Lima – FratresInUnum.com – Um outro leitor, estimulado pelo mesmo artigo, me envia um blog com uma notícia digna de nota: http://sauraplesio.blogspot.it/2015/09/giallo-vaticano.html

Quando, em fevereiro de 2013, o Papa Bento XVI renunciou de modo súbito e inexplicável, o IOR [conhecido como “Banco do Vaticano”] tinha sido excluído da rede SWIFT. Assim, todos os pagamentos do Vaticano se tornaram impossíveis e a Igreja foi tratada como um Estado-terrorista (secundum América) como o Irã. Era a ruína econômica, bem preparada por uma violenta campanha contra o IOR e que foi confirmada pela abertura de investigações criminais da justiça italiana (que nunca deixa de obedecer a certas ordens internacionais).

Poucos sabem o que é a SWIFT (Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication): em teoria, é uma “clearing house” (câmara de compensação) mundial que une 10500 bancos espalhados por 215 países. Na verdade, é o centro mais oculto e exclusivo do poder financeiro globalista-americano, o centro de resgate sobre o qual se apoia a hegemonia do dólar, o meio mais poderoso de espionagem econômica e política (em prejuízo especialmente de nós, europeus) e o meio mais temível com o qual a rede financeira global esmaga as pernas dos estados que não a obedecem.

O Banco Central do Irã, por exemplo, por pressão judaica, foi excluído da rede SWIFT em retaliação ao alegado programa nuclear. Isso significa que o Irã não pode mais vender seu petróleo em dólares, que seus cartões de crédito não valem no exterior, e que nenhuma transação financeira internacional pode ser conduzida por Teerã, exceto por dinheiro vivo e na clandestinidade, sob formas ilegais de acordo com a ordem internacional. Em 2014, o banco francês BNP Paribas foi condenado pela “justiça” a pagar (para os EUA) 8,8 milhões de dólares por ter ajudado Teerã a contornar o bloqueio da SWIFT.

Houve um sopro de ameaças contra Moscou visando excluí-la da rede SWIFT em retaliação à chamada anexação da Criméia – com um enorme dano à economia do país – o que acelerou a implementação, por parte dos países do BRICs, liderados pela China e Rússia, de um sistema próprio de compensação alternativo ao SWIFT e operando em yuan e rublos, não em dólares, para escapar da chantagem que o SWIFT faz sobre Estados soberanos.

O site belga Media-Presse (SWIFT tem sede na Bélgica), ao dar a notícia do lançamento do SWIFT alternativo por parte de Pequim e Moscou, no dia 5 de abril, citava como exemplo:

“Quando um banco ou território é excluído do sistema, como foi o caso do Vaticano nos dias que precederam à renúncia de Bento XVI em fevereiro de 2013, todas as operações são bloqueadas. Sem esperar pela eleição do Papa Bergoglio, o sistema Swift foi imediatamente desbloqueado após o anúncio da renúncia de Bento XVI. Houve uma chantagem vinda não se sabe de quem e onde, através de SWIFT e pressionada sobre Bento XVI. As razões subjacentes a esta história não foram esclarecidas, mas é claro que o SWIFT interferiu diretamente na gestão dos assuntos da Igreja”.

Isso explica e justifica a demissão sem precedentes de Ratzinger, que muitos de nós fomos capazes de julgar como um ato de covardia; a Igreja foi tratada como um Estado “terrorista”, mas ainda pior – porque se percebe que as dezenas de bancos que caíram nas mãos do Estado Islâmico no Iraque e na Síria “não foram excluídos da SWIFT” e continuam sendo capazes de fazer transações internacionais –  o sistema financeiro do Vaticano já não podia mais pagar as contas das nunciaturas ou transferir fundos para as missões – na verdade, até os caixas eletrônicos ATM da Cidade do Vaticano tinham sido bloqueados. A Igreja de Bento XVI já não podia mais “vender nem comprar”, sua vida econômica tinha as horas contadas.

Renúncia sob coação

Não nos resta outra alternativa, senão assinar embaixo do que escreveu Saura Plesio:

Ratzinger, justo ele que lutou tanto contra o relativismo reinante, jamais aceitaria aberturas ao “mundo gay e suas políticas de gênero”. Ele jamais iria prostrar-se diante do mundo e do globalismo como faz este papa que coopera com o secularismo dominate na União Européia, ao criar uma forma de “divórcio sacramental ” através “do processo breve de anulação de casamentos.” Ele jamais teria se prestado ao papel de fazer aquela grande palhaçada em Lampedusa feita por seu sucessor, que aliás, nem é seu território, mas do Estado italiano. As grandes potências mundiais tinham pressa e Ratzinger era uma pedra de tropeço flagrante, uma freio em sua trajetória meteórica”.

A rapidez com que foi implementada a expulsão de Ratzinger é algo citado até mesmo em um determinado tratado de Luciano Canfora. Simpatizante comunista não arrependido, mas bom historiador de romano erudito e latinista , ele observou que no motu proprio com o qual Bento XVI justificou a sua renúncia por motivos de idade avançada (“Ingravescente Aetate”) há uma série de erros de latim. Erros elementares de concordância dos artigos de fazer corar um colegial. Ora, Ratzinger não poderia mesmo ter cometido esses erros. O texto foi escrito por outros, e ele foi despedido do Vaticano sumariamente, de helicóptero com transmissão mundial de TV?

Imediatamente depois de sua partida, eis que a rede SWIFT imediatamente desbloqueia as transações financeiras do Vaticano, reabre os bancos eletrônicos ATMs, e traz o IOR de volta ao mundo financeiro com todas as honras. Nem sequer esperaram pela eleição de Bergoglio. Bastou a expulsão do “terrorista de branco”.

Nos salões inacessíveis do poder entre Wall Street, Washington e Londres, já sabiam que o conclave daria o trono a um modernista, um no qual poderiam confiar. Como assim? A sanção SWIFT tinha sido coordenada com os cardeais “conspiradores” liderados por Carlo Maria Martini (um cardeal que pediu a eutanásia pra si mesmo, lembrem-se ..) (1) Bergoglio havia sido assinalado como seu candidato durante anos? Houve um acordo dos conspiradores com um poder forte externo, do qual estão próximos por compartilhar a mesma ideologia?

Talvez a eleição de Bergoglio não seja inválida. Mas tudo leva-nos a crer que a renúncia de Ratzinger foi –  ele foi obrigado a descer do trono de Pedro sob coação e chantagem. O próprio comportamento de Ratzinger, aparentemente ambíguo ao continuar usando as vestes brancas e o título de Santo Padre, vem confirmá-lo: ele quis dar um sinal para aqueles que podem compreender, sem no entanto poder dizer abertamente, que ele foi expulso, não saiu voluntariamente. Ora, assim como um matrimônio é nulo se um dos cônjuges assinou sob coação, assim também é a renúncia de um Papa que se rende sob coação, e que deixa saber com sinais claros que ele continua sendo Papa….

Nesta hipótese, se explica muito bem a recepção triunfal que Bergoglio teve nos Estados Unidos, na ONU, na Casa Branca com Obama e a chuva de aplausos de pé no Congresso – aliás, porque então um Papa reinante foi convidado para falar ao Congresso dos Estados Unidos? A coisa é muito estranha e insólita. O relacionamento de Washington com o Vaticano sempre foi de ruim a péssimo, não apenas pelo ódio protestante contra o “papismo”. Mas agora, de uma hora pra outra se tornou excelente. O Papa se torna com todo gosto “mediador dos Estados Unidos junto a Cuba, faz suas as “batalhas radicais”, se abre à nova e obrigatória moralidade, em resumo deixa de ser o antagonista moral que “este mundo” odeia.

Isso explicaria também a astuta gestão para ganhar a simpatia da mídia progressista,  o brutal mas preciso “expurgo” que Bergoglio (com o seu conselho dos oito) está promovendo no Vaticano, quase como se ele tivesse em mãos uma longa lista preparada há tempos e a sua disposição para dissolver o Catolicismo numa espécie de protestantismo geral, vazio, secular e mundano…

Bergoglio intima os cristãos a aceitar mais imigrantes, sem limites, com total acolhimento e caridade – Bem: “Com uma declaração oficial, assinada por até 28 alianças diferentes (entre as quais oito francesas e uma italiana, a Grand Loggia da Itália), os maçons convocam os governos europeus a aceitar os imigrantes, aliás acolhê-los cada vez mais e mais. Demonstrando assim uma convergência de intenções com poucos precedentes não só entre eles, mas também no que diz respeito às novas estratégias adotadas pelos Estados-Membros” (Correspondência Romana, 11 de setembro)

Não podemos esperar que qualquer cardeal conteste a não elegibilidade de Bergoglio,  mas a inválida renúncia de Bento XVI é o que não podem contestar e o risco de estar numa Igreja santa, mas colocada em um estado de miséria pela SWIFT seguramente faz vacilar até mesmos os cardeais mais tradicionais. Como um crente fiel, me tranquiliza esta idéia: nós ainda temos um Pontifex, embora amordaçado. A promessa feita a Pedro ainda é mantida; a linha apostólica não foi interrompida, os sacramentos permanecem válidos. E só isso é o que conta na tempestade.

Como homens desta geração, conseguimos melhor identificar o falso cordeiro de Apocalipse 13, com o poder de matar de fome e de bloquear, de forma que “ninguém possa comprar ou vender” sem  ter “a marca na mão e na testa”. SWIFT, e seu número bancário (BIC) revelou ainda mais claramente a sua essência do anticristo, e o verdadeiro propósito da globalização. E que não me venham chamar de teórico de conspiração … Mas que conspiração? Já estão agindo aberta e descaradamente, sem esconder mais nada e com muita pressa -. Porque  “sabem que pouco tempo lhe resta.”

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Notas

1) dolorosa verdade prefigurada na “carta da sobrinha do Cardeal Martini,  Giulia Facchini, publicada no” Corriere della Sera “em 4 de setembro. No texto se lê: “Ele estava com medo, não da morte em si, mas do ato de morrer, da passagem no momento da morte e de tudo o que precede. Nós havíamos conversado em março e eu, como advogada, me ocupo também da proteção dos fracos, eu o havia pedido que manifestasse de modo claro e explícito os seus desejos sobre os cuidados que ele queria receber. E assim foi. Ele estava com medo, acima de tudo com medo de perder o controle de seu corpo, de morrer sufocado. (…) Consciente de que o momento se aproximava, quando não aguentava mais, pediu para que o colocassem pra dormir. Então uma médica com dois olhos claros e límpidos, uma especialista de cuidados com moribundos, o sedou”. “(Mario Palmaro e Alessandro Gnocchi Com a morte do cardeal Martini foi canonizada a teologia da dúvida, Correspondência Romana, 12 de setembro de 2012 ).