QUEM SERÃO OS ACUSADORES EM NOSSO JUÍZO PARTICULAR?

Imagem relacionadaLogo que o homem expira, assentar-se-á contra ele o juízo e serão abertos os livros (1). Esses livros serão dois: o Evangelho e a consciência.

No Evangelho se lerá o que o culpado devia fazer; na consciência, o que tiver feito. – Na balança da divina justiça, não se pesarão as riquezas, nem a dignidade, nem a nobreza das pessoas, mas tão somente as obras.

Pelo que Daniel disse ao rei Baltazar: Appensus es in statera, et inventus es minus habens (2) – “Foste pesado na balança e achou-se que tinhas menos do peso”. Notai bem, comenta o Padre Alvarez: não é o ouro, nem o poder de rei que está na balança, mas unicamente a sua pessoa.

Virão depois os acusadores e EM PRIMEIRO LUGAR O DEMÔNIO. O espírito maligno agora engana-nos com mil astúcias; mas ali, diz Santo Agostinho, perante o tribunal de Jesus Cristo: recitabit verba professionis nostrae, representará todas as obrigações que havíamos assumido e deixado de cumprir. Obiciet in faciem nostram, denunciar-nos-á todas as faltas, marcando o dia e a hora em que as cometemos. Depois, segundo diz o mesmo Santo, dirá ao Juiz: Senhor, por este culpado eu não sofri bofetadas como Vós, nem açoites, nem qualquer outro castigo e contudo ele Vos virou as costas, a Vós que morrestes pela sua salvação, para se fazer meu escravo; é, pois, justo que seja meu. Ordenais, pois, que seja todo meu, já que não quis ser vosso: Iudica esse meum qui tuus esse noluit.

VIRÁ EM SEGUIDA COMO ACUSADOR O ANJO DA GUARDA, que, na palavra de Orígenes, dirá: Senhor, durante tantos anos me empenhei junto dele, mas desprezou todas as minhas admoestações. Então sucederá o que diz Jeremias; os próprios amigos serão contra a alma culpada: Omnes amici eius spreverunt eum (3). Continuar lendo