PREDIÇÕES DO SANTO CURA D’ARS SOBRE OS ATAQUES AO SACERDÓCIO

“Quando se quer destruir a religião, começa-se atacando o sacerdote, porque onde não há sacerdotes, não há sacrifício, e onde já não há sacrifício, não há mais religião.” Estas palavras do Cura d’Ars oferecem o melhor comentário que se pode fazer sobre os eventos atuais da Igreja neste 2019.

Fonte: FSSPX México – Tradução: Dominus Est

São João Maria Vianney afirma a estreita relação que une o sacerdote, o sacrifício e a religião. Em sua época, as pessoas ainda podiam se lembrar dos padres massacrados pela Revolução Francesa e daqueles que juraram lealdade à constituição civil do clero. No interior e exterior da Igreja, o sacerdote foi atacado para que não houvesse mais sacrifício, para que não houvesse mais religião, exceto a da deusa da Razão. O Cura de Ars costumava dizer: “Deixem uma paróquia sem sacerdote durante 20 anos e as pessoas começarão a adorar os animais“.

Hoje, o sacrifício tem sido atacado por fora e por dentro. O mundo consumista rejeita o espírito de sacrifício para satisfazer sua ganância: prazer, dinheiro e orgulho, como nos diz São João. Infelizmente, ao tratar de abrir a Igreja ao mundo moderno, o aggiornamento conciliar colocou de lado o espírito de sacrifício, como relegou o tabernáculo aos corredores laterais: o altar tornou-se uma mesa, a Missa tornou-se num jantar A salvação do planeta se prega do púlpito, juntamente com as boas-vindas aos migrantes … O Cura de Ars ensinou seu rebanho: Todas as boas obras do mundo juntas não são equivalentes ao sacrifício da Missa, porque são obras dos homens, e a Santa Missa é obra de Deus.

É hora de perceber que o sacerdote sem o sacrifício conduz diretamente a uma religião sem sacerdotes, a uma Igreja sem vocações, a igrejas sem fiéis. Hoje vemos todos esses males e eles nos dominam. O Cura d’Ars conhecia a solução: “Oh! Que bem faz um sacerdote em oferecer-se a Deus, todas as manhãs, em sacrifício!”

Padre Alain Lorans

“ESTOU PREPARANDO O FOGO QUE ME HÁ DE QUEIMAR”

Imagem relacionadaFonte: Capela Santo Agostinho

Por um instante de prazer, uma eternidade de suplícios

Meus, filhos, nós temos medo da morte, bem o creio. É o pecado que nos faz ter medo da morte. É o pecado que torna a morte horrorosa, tremenda. É o pecado que apavora o mau na hora do terrível trânsito para a eternidade.

Ai, meu Deus, há realmente de que ficar apavorado: pensar que se é amaldiçoado! Amaldiçoado por Deus, isto faz tremer. Maldito de Deus! E por quê? Por que os homens expõem-se a ser amaldiçoados por Deus? Por uma blasfêmia, por um mau pensamento, por uma garrafa de vinho, por dois minutos de prazer perder a Deus, a própria alma, perder o céu para sempre.

Ver-se-á subir ao céu em corpo e alma, esse pai, essa mãe, essa irmã, esse vizinho, que estavam lá junto de nós, com quem havíamos vivido, mas a quem não imitamos, ao passo que nós desceremos em corpo e alma ao inferno par aí ardermos. Os demônios rolarão sobre nós. Todos aqueles cujos conselhos houvermos seguido virão atormentar-nos.

Meus filhos, se vísseis um homem erguer uma grande fogueira, amontoar gravetos uns sobre os outros e, perguntando-lhe o que faz ele, vos respondesse: “Estou preparando o fogo que me há de queimar” que pensaríeis? E se vísseis esse mesmo homem aproximar-se à chama da fogueira e, quando estivesse acessa, precipitar-se dentro, que diríeis? Cometendo o pecado, é assim que fazemos. Não é Deus que nos lança no inferno, somos nós que nos lançamos nele pelos nossos pecados. O condenado dirá; “Perdi Deus, minha alma e o céu. Foi por minha culpa, por minha culpa, por minha máxima culpa.”

Não, verdadeiramente, se os pecadores pensassem na eternidade, nesse terrível SEMPRE, converter-se-iam in continenti. Faz perto de seis mil anos que Caim está no inferno, e parece que acabou de entrar nele.

 (Pensamentos do Cura d”Ars)

O DEMÔNIO SÓ TENTA AS ALMAS QUE QUEREM SAIR DO PECADO. AS OUTRAS SÃO DELE, ELE NÃO PRECISA TENTÁ-LAS.

Fonte: Capela Santo Agostinho

Assim como o bom soldado não tem medo do combate, assim também o bom cristão não deve ter medo da tentação.

Todos os soldados são bons em guarnição. É no campo de batalha que se faz a diferença dos corajosos e dos covardes.

A maior das tentações é não ter tentações. Quase se pode dizer que somos felizes de ter tentações. É o momento da colheita espiritual em que ajuntamos para o céu. É como no tempo da ceifa: a gente se levanta de manhã bem cedo, dá-se muito trabalho, mas não se queixa porque junta muito.

O demônio só tenta as almas que querem sair do pecado e as que estão em estado de graça. As outras são dele, ele não precisa tentá-las.

Se estivéssemos bem penetrados da santa presença de Deus, ser-nos-ia facílimo resistir ao  inimigo. Com este pensamento “Deus te vê”, nós não pecaríamos nunca.

Havia uma santa que se queixava a Nosso Senhor depois da tentação e lhe dizia: “Onde estáveis, então, meu Jesus amabilíssimo, durante essa horrível tempestade?” Nosso Senhor respondeu-lhe: “Eu estava no meio do teu coração, gostando de te ver combater”.

Um cristão deve sempre estar pronto para o combate. Assim como em tempo de guerra há sempre sentinelas colocadas aqui e acolá para ver se o inimigo se aproxima, assim também devemos estar sempre alerta para ver se o inimigo nos arma ciladas e se nos vem surpreender.

[Por São João Maria Vianney]